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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Desporto na televisão: tudo a mudar

"Nos Estados Unidos a poderosa Associação Feminina de Ténis acaba de assinar um contrato com o Tennis Channel, que está nas redes de Cabo e de Satélite americanas, para os próximos 5 anos. Tão importante como a operação televisiva, que contempla os grandes torneios internacionais e as maiores provas do país, é o acordo para a transmissão de mais de 2000 jogos por temporada numa nova plataforma de streaming com a qual os responsáveis da Associação e do Tennis Channel estão certos que vão fazer crescer as receitas e, tão ou mais importante importante, o gosto dos públicos, incluindo os mais novos pela modalidade.
A plataforma OTT (que significa over the top, ou seja, para lá da transmissão convencional) é o elemento "novo" da equação porque a procura por conteúdos específicos, designadamente em dispositivos moveis está a crescer exponencialmente.
Ora, este caso que está nas notícias de ontem parece ter pouco a ver connosco, mas é um bom ponto de partida para uma reflexão sobre a realidade do consumo de conteúdos desportivos que já temos hoje e que poderemos vir a ter a prazo.
Desde logo, por contraponto com outros géneros, o desporto – e no caso português o futebol – é muito poderoso na sua variante "em directo". Ver o episódio de uma novela ou de um programa de entretenimento, por exemplo, no momento em que está a ser emitido ou vê-lo mais tarde pode não ser indiferente, mas não é relevante.
O mesmo não se aplica a um evento desportivo onde o espectador quer estar em contacto com o que está a suceder no exacto momento, quer fazer parte daquele acontecimento, torcer pela sua equipa. Esse facto contribui para o elevado valor de mercado e enorme atracão dos conteúdos desportivos. Quando se pergunta porque são tão caros os direitos eis a resposta. São os conteúdos geradores de maior audiência e de ligação emocional com o cidadão. Se o canal emissor a conseguir prolongar tanto melhor.
No mercado televisivo português os dez programas mais vistos do ano são todos jogos de futebol, alguns com mais de três milhões de espectadores, numa tendência que não tem sido abalada por nenhuma alteração de consumo. É assim há anos e assim será. Na chamada televisão por cabo são também as transmissões de eventos desportivos como por exemplo a recém-criada Liga Revelação os mais procurados. Isto não significa, pelo contrário, que os operadores – os que já existem e os novos – não desenvolvam novas plataformas, difundindo mais conteúdo, cada vez mais, na busca de publico segmentado. Dar ao adepto a possibilidade de seguir o seu clube e permitir a criação de pequenas comunidades é uma tendência da comunicação. Estava nos livros e hoje está na palma da mão. 

Lopetegui em causa
Para já as referências ainda são feitas a custo ou à boca pequena, mas a ausência de Cristiano Ronaldo é um sério problema do Real Madrid onde Julen Lopetegui parece muito mais o treinador errático e de mal com a vida que conhecemos no FC Porto que o imaculado Seleccionador de Espanha que o clube achava ter contratado. As comparações não o beneficiam: Lopetegui, comenta-se no mais importante programa desportivo de televisão do país, faz lembrar Rafa Benitez com as suas escolhas difíceis de entender ou, lembra maldoso o El Mundo, assemelha-se a Carlos Queiroz – um especialista em selecções jovens que talvez não esteja talhado para o trabalho nos clubes.
Se é verdade que a época ainda agora começou e a equipa nada perdeu, não é preciso ser um especialista para identificar problemas na composição do plantel. Uma defesa permeável, um ataque pouco concretizador e demasiados jogadores-chave com propensão para lesões.Se sabemos hoje, com alguma segurança, as razões pelas quais Cristiano Ronaldo quis virar a página, ainda sabemos pouco sobre a saída de Zinedine Zidane. A primeira teve mais impacto, mas a segunda tem, por certo, motivos mais profundos.

Vítor Pereira
Especialista no treino e treinador com resultados em várias geografias, Vítor Pereira pode tornar-se agora campeão da China. A Liga Chinesa talvez não seja aquilo que prometia há uns anos, mas é, com toda a certeza, um campeonato duro onde não ganha apenas quem tem dinheiro como se prova pela porta baixa pela qual saíram alguns dos mais cotados treinadores do mundo. Vítor Pereira, um mal-amado em Portugal, mesmo com uma imaculada folha de serviços, não parece ter pressa no regresso e, se assim for, faz bem.

Leonardo Jardim
Campeão numa Liga "impossível" de ganhar, tendo em conta o poder financeiro do Paris St. Germain, Leonardo Jardim atravessa o período mais difícil do seu já longo consulado no Mónaco. Mesmo sabendo que o clube o estima e lhe pagará bem, sempre foi um mistério porque decidiu ficar. Um treinador com as suas qualidades pode estar em qualquer Liga e nos emblemas mais fortes. Ainda está a tempo."

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