"Não ter existido, nas últimas décadas, qualquer articulação entre os dois ministérios revela pura ignorância
“Sem Educação não há Defesa possível, para uma Nação Moderna” (Prof. Max Cunha). É possível, em Portugal, ser Ministro da Defesa, sem perceber nada de Defesa, e, até sem ter cumprido o Serviço Militar (obrigatório).
Prova disto é nunca ter existido, nas últimas décadas, qualquer articulação entre os dois Ministérios, o que, em nossa opinião, é espantoso e revela pura ignorância.
Mas comecemos pelo Ministério da Educação: devia estar estruturado de forma a poder fazer frente ao futuro, preparando as novas gerações para as necessidades futuras do País, mas também com uma estrutura capaz de acudir e ajudar a resolver problemas, imediatos, de outros Ministérios, no presente, em vez da actual posição de isolamento total, em relação a outros Ministérios, nomeadamente ao da Defesa Nacional. Quer isto dizer que o Ministério da Educação é o denominador comum da Política Portuguesa e deve ser assumido, por todos, como a primeira prioridade do País.
O Ministério da Defesa deve estar sempre em contacto com o da Educação, pois é este que lhe vai formar os seus Recursos Humanos, que deverão estar sempre a ser preparados conforme as necessidades do País, com cursos específicos e em articulação, permanente, com a Defesa.
Parece que o, ainda, Ministro da Defesa, ao fim de um tempo considerável, percebeu e sugeriu (?) o regresso do Serviço Militar Obrigatório, segundo alguma comunicação social.
É exactamente isso que urge, neste momento, e qualquer Professor, de qualquer grau de Ensino, sabe isso, dada a falta de preparação cívica (social) da maioria da Juventude, quer em relação ao seu comportamento quotidiano, quer à solidariedade com terceiros, quer, sobre tudo, com as gerações mais velhas. Comportam-se como, no passado, os Países não Alinhados, em relação ao Direito Internacional, quando diziam que não tinham que o respeitar, por que não tinham participado na sua “Feitura”, nem tinham sido consultados sequer, daí não assumirem qualquer vinculação.
Ora o Serviço Militar Obrigatório é o 1º Contrato Social que os Jovens fazem com o País, para se vincularem a uma Sociedade que já é muito mais que uma Comunidade da qual são originários.
E é esse Contrato que os torna Cidadãos, que lhes dá Direitos e Garantias, mas também que lhes impõe Obrigações, entre as quais a primeira, e mais Honrosa, a Defesa da Pátria, atitude que merece o respeito e consideração de toda a Nação, por Eles, que, a partir desse momento, são Cidadãos de Pleno Direito e que, são, e devem ser, o orgulho da Nação.
Quem isto não entenda, não assuma, e não o sinta “debaixo da pele”, nunca poderá compreender o que é uma Nação, como ensinou Renan, ou seja, “um conjunto de pessoas, com um passado comum, com um presente comum, e com a vontade e determinação de terem também, um futuro comum”, ou, como diria Malraux, “uma comunidade de sonhos para o futuro”.
Só alguém que assuma isto poderá ser membro do Governo, na Pasta da Defesa.
De uma maneira mais clara, diríamos que poder, pode, só que nada realizará, nada mudará, e quando sair do lugar, não será recordado por ninguém, mesmo os de boa memória.
A Sociologia do Desporto, através da Prática Pedagógica, é uma Disciplina Fundamental para entender o que se escreveu, mas, infelizmente, só muito poucos sabem o que isso é.
Nos Ministérios da Educação e da Defesa nunca ninguém, entre civis, ouviu falar nisso. Daí a realidade presente: ninguém sabe para que serve o Ministério da Defesa."
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