"Bruno de Carvalho garante não estar agarrado ao poder. Mas recusa submeter a sua presidência a novo escrutínio dos sócios, agarrado à legitimação que lhe foi concedida por mais de 90 por cento há poucos meses, esquecendo-se - ou fazendo-se de esquecido - de que dai para cá as circunstâncias alteram-se de forma dramática e levaram o Sporting para aquela que será, sem grandes dúvidas, a maior crise da sua história. Não é, embora possa parecer uma questão de teimosia. Na verdade, a única para toda esta instabilidade provocada por um presidente que faz orelhas moucas a tudo o que se passa à sua volta é que sabe Bruno de Carvalho estar, neste momento, na posição mais frágil desde que, há cinco anos, chegou a Alvalade. É inegável e as últimas medidas tomadas por BdC tiram, quanto a esta constatação, todas as dúvidas.
Atente-se, como exemplo máximo de que Bruno de Carvalho só sairá da presidência do Sporting se não puder (usando para isso todos os meios, imagináveis ou não...) evitá-lo, àquilo que estará em discussão na AG de dia 17, que mantém apesar de estar à vista de todos que os seus resultados serão, sem grandes dificuldades, anulados:
1.º) Quer BdC que os sócios legitimem a MAG Transitória e o também transitório Conselho de Fiscalização, assumindo, portanto, aquilo que se sabe: não estarem estes previstos nos estatutos, o que não impediu a marcação desta AG.
2.º) Permite-lhe, em caso de demissões (como as que se têm sucedido), poder ele próprio nomear sócios que as substituam, evitando assim perder quórum, que seria, afinal, a forma mais directa (e célere) de o tirar da presidência.
Voltando ao início: para quem diz não estar agarrado ao poder Bruno de Carvalho mostra imenso medo de o perder. E para isso, nada melhor do que fazer um fato à medida. Ou seja, tornar os estatutos pensados para defender este presidente. Porque, já se percebeu, para Bruno o Sporting é ele."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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