"Heróis em estreia… mundial. Em 1966, Portugal participou no primeiro Mundial de Futebol numa epopeia que apenas terminou no pódio. Antes ainda, na fase de apuramento, o começo seria também auspicioso, com o ano de 1965 a iniciar-se com uma vitória sobre a Turquia por 5-1, jogo do único hat trick de Eusébio por Portugal. No dia seguinte, a Seleção dividia a capa d’ ‘O Primeiro de Janeiro’ com a morte do antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill, "que ficará na História como símbolo vivo do inconformismo perante a derrota". Um escrito que poderia também servir para retratar toda a campanha portuguesa daquele período.
Em Inglaterra, uma Selecção, um jogo e um jogador ficaram na história. Contra os norte-coreanos, assistiu-se a uma recuperação homérica por parte dos Magriços’de 0-3 para 5-3… com quatro golos consecutivos de Eusébio (e assistência para o quinto de José Augusto). Nesse encontro (D)Eusébio alcançava a eternidade futebolística.
Por sorte, os portugueses puderam, pela primeira vez, acompanhar na ‘caixinha mágica’ a magia de um Mundial e o jogo de uma vida magicado por Eusébio. Em espaços públicos de um país descolorido, um televisor a preto e branco juntava multidões ansiosas por um vislumbre de alegria e cor, patrocinado por Pequenos Magriços, mas Grandes Homens! Assistir ao Mundial em casa era luxo de poucos, podendo uma TV exigir investimento superior à retribuição salarial… anual dos portugueses.
Depois de uma exibição extraplanetária, alguns periódicos internacionais aludiram a um hipotético doping de Eusébio, levando o médico nacional a explicar que os portugueses tinham ingerido uma nutritiva substância portuguesa… um prato de bacalhau!
Após a época vitória, afirmava-se que Eusébio, qual cuidador de corações, se tornara "cardiologista de 25 milhões de corações". Estes eram números oficiais do regime salazarista… em regime ‘tudo incluído’, numa contagem que incluía a população dos territórios africanos.
Por agora, a quatro dias da estreia portuguesa, o coração acelera: cardiologista Ronaldo, haverá razão para preocupação?"
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