"Falta menos de uma semana para arrancar o Campeonato do Mundo. Curiosamente, também falta menos de uma semana para eu me despedir da minha família e amigos até dia 15 de Julho. Assim poderei evitar algumas situações desagradáveis, como por exemplo a minha mãe julgar que pode entrar em diálogo comigo durante um Honduras - Equador. De facto, há pessoas que não sabem estar e, como se vê, a minha mãe é uma delas. Arrisco a dizer que só uma invasão de cinquenta indivíduos encapuzados seria capaz de me arrancar da frente da televisão da sala à hora do Rússia - Arábia Saudita na próxima quinta-feira.
Posso confidenciar que a der o sentido da vida. De que valeria a nossa existência sem um Mundial de quatro em quatro anos? 'Valeria pelo Benfica' - responde, e bem, o leitor. É óbvio que basta o Benfica para a nossa presença na Terra ter significado, não consigo discordar. No entanto, a verdade é que o Campeonato do Mundo tem um peso relevante na história do Glorioso. Particularmente o de 1966, onde o artilheiro-mor, Eusébio, brilhou com nove golos apontados. Portugal tombou o Brasil, campeão do mundo quatro anos antes (Chile 62) e quatro anos mais tarde (México 70). Eusébio e companhia sambaram diante dos lendários Pelé, Rildo e Jairzinho. Quem nunca viu a supersónica reviravolta frente à Coreia do Norte, onde o King, quem mais, carregou a equipa às costas? Portugal só sucumbiu aos pés dos ingleses, que viriam a levantar o troféu. Há quem viaje até Inglaterra para visitar o Palácio de Buckingham, a Tower Bridge ou o Stonehenge. Eusébio voou até Terras de Sua Majestade para se inscrever na eternidade do futebol."
Pedro Soares, in O Benfica
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