"Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. A frase ajusta-se aos últimos acontecimentos da novela em que mergulhou o Sporting e que dificilmente terá final feliz. A decisão do tribunal, que indeferiu a providência cautelar apresentado pela Mesa da Assembleia Geral para que o Conselho Directivo garantisse os meios necessários à AG destitutiva de dia 23, deu argumento para novo episódio: entende Jaime Marta Soares que o juiz o legitimou como presidente da MAG e, consequentemente, a própria AG para os sócios votarem a saída do presidente; entende Bruno de Carvalho que não, que o tribunal indeferiu o pedido formulado por Marta Soares para o legitimar como presidente em exercício da MAG, dando, por isso, razão ao CD. Neste caso, que infelizmente para os sócios e adeptos do Sporting não é ficção (embora às vezes pareça), a verdade estará no meio.
Lendo o acórdão, o juiz entende que Jaime Marta Soares é ainda, de facto, o presidente da MAG, mas deixa claro que, não sendo isso que está a decidir - e tendo em conta que uma providência cautelar tem de ser decidida com urgência - não ser exigível, para esta decisão em concreto, «um juízo de certeza» ou «uma prova aprofundada», bastando ter «indícios suficientes da verosimilhança de tal direito» ou «probabilidade séria» desse facto. Ou seja, na leitura do juiz há «indícios suficientes» de que Jaime Marta Soares continua a ser presidente da MAG, pelo que a AG destitutiva é legítima. Mas não era, percebe-se, isso que estava em causa...
A reter nesta nova guerra aberta em Alvalade é que nem um tribunal consegue acabar com as diferenças entre os dois lados da barricada. Cada um lê o que quer, como quer e passa a mensagem que quer. E no meio fica o Sporting, que não consegue vislumbrar uma saída para a crise. E o relógio não pára, convém, que alguém se lembre disso."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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