"E foi um grito que veio da alma. Da bancada. Do sofá. De todo o lado. De um país inteiro. Um "chuta", acompanhado pelo vernáculo que se exige. Em português... perdão, em bom português. Porque tal como já tínhamos ouvido antes, "se perdermos que se f...". Mas, naquele instante, naquele momento, ele acreditou que não iria perder. E todos nós fomos com ele. Atrás do "chuta", do "remata", da fé que nunca lhe depositámos antes. Da nossa fé. Por um momento brilhante de alguém que poucas vezes tinha brilhado com aquela camisola. A nossa camisola.
Foi Eder. O inesperado. Com aquele golo. O golo que nunca poderíamos inventar, fantasiar ou imaginar. Mas que sempre desejámos sem saber como iria acontecer ou de quem poderia vir. E foi ele. No Euro das profecias. De Fernando Santos e dele próprio. Do seleccionador que, após dois empates, e perante a desconfiança de uma nação inteira, disse já ter avisado a família que só voltaria para casa no fim da competição para ser recebido em festa. Do avançado, suplente, que chegou a afirmar, com um sorriso de sonho, marcar o golo da final. Daqueles em quem não acreditámos e que depois nos fizeram sonhar acordados. Daqueles que nos tornaram campeões da Europa.
Eder não vai à Rússia. O mesmo Eder que assinou o momento mais bonito da história futebolística de Portugal. A conclusão maravilhosa de um conto de fadas que nunca pensámos viver. Mas depois de Eder deve permanecer essa capacidade de transcendência. Que vive nele e para lá dele. E que desejamos ver e voltar a sentir em cada um destes 23 eleitos que vão ao Mundial. Depois de Eder, que voltemos a ter um grito como aquele."
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