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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Rui Pedro e outros sete nomes: será que o país aprendeu a lição?

"A necessidade deu-lhes a oportunidade. A alguns deles falta a continuidade.

Rui Pedro, André Silva e Diogo Jota. Gelson Martins e Rúben Semedo. Nélson Semedo, Gonçalo Guedes e André Horta.
Nomes que sobressaem em três meses de temporada, e apenas porque a necessidade gerou a oportunidade.
Oito jovens que sublinham a qualidade da formação em Portugal e o espaço que tem surgido nos grandes nos últimos meses. Haverá muitos mais na calha nos próximos tempos, se continuarem a lembrar-se deles. Como devem.
Se a qualidade da formação não é de hoje, o que mudou terá sido a mentalidade – a mudança é sempre mais lenta, como nos ensinou a História. Rui Vitória, Jorge Jesus e Nuno Espírito Santo têm aberto a porta e, sobretudo, dado espaço ao erro e ao amadurecimento com que nenhum deles nasce. 
Gelson é hoje em dia o jogador que mais desequilíbrios provoca na Liga e, apesar do reforço da sua posição no fim do mercado com nomes como Markovic e Joel Campbell, nunca deixou que Jesus tivesse dúvidas. O mesmo aconteceu com Rúben Semedo e a renovada concorrência.
Na Luz, Gonçalo Guedes não vem só desta temporada, mas, depois de um apagão, aproveitou os problemas de Jonas para ganhar força física e intensidade, tornando-se um jogador ligeiramente diferente do que muitos projetaram. Nélson Semedo recuperou os índices do início da última época, e é atualmente um dos laterais que mais entusiasmam. André Horta foi aposta segura de Vitória até à primeira lesão e apresentou créditos.
André Silva começou a sustentar-se no FC Porto na final da Taça de Portugal e, apesar de um ou outro momento menos bom, continua a ser fundamental na equipa de Nuno. Foi com Jota no onze que os dragões melhoraram no ataque, e Rui Pedro, ainda com idade de júnior, já valeu três pontos fundamentais, porque o reforço Depoitre continua sem convencer.
Belenenses e Vitória de Guimarães foram clubes que adotaram uma filosofia de aposta no jogador nacional, alguns por empréstimo, outros formados internamente. A crise obrigou-os a isso, e são exemplos de sucesso desportivo. Bons exemplos a seguir.
Todos os jovens acima precisaram ou precisam de continuidade. A qualidade está toda lá, e muitas vezes bem superior a muitas contratações de valor duvidoso.
A pergunta que deixo é: se o jovem jogador português tem provado qualidade, não só na Liga como lá por fora e ainda nas seleções jovens – de que os sub-21 são o exemplo mais marcante – por que é que estes números continuam a ser tão baixos?
Vivemos um tempo de ouro do futebol português, depois da conquista do Euro 2016 e com Fernando Santos e Cristiano Ronaldo a estarem, com inteira justiça, muito perto de ganhar os prémios do ano da FIFA.
O país pode ter aprendido a lição ou tudo isto ser apenas circunstancial. Acredito que esteja pelo menos a começar a aprender. O futebol português tem também a sua (boa) oportunidade."

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