"Puristas e neoliberais têm motivos para a considerar imprescindível. Benfica e FC Porto jogam bem mais do que os 5,5 milhões do prémio
Para um clube português, a Champions é sempre a escada que leva ao segundo andar, seja qual for a perspetiva. Nós, na Imprensa, talvez façamos parecer vezes de mais que a Liga dos Campeões se confina aos prémios, isto é, uma receita imediata com um peso desproporcional em bolsos como os de Benfica, Sporting e FC Porto, mas neoliberais e puristas partilham o mesmo barco nesta matéria. Duas equipas meio imberbes, como são a benfiquista e a portista, nunca cumprirão todo o potencial sem que os Gonçalos Guedes, Andrés Silvas ou Ruis Pedros enfrentem com regularidade o melhor futebol do mundo e se habituem a ver-se nesse estatuto. E os preços nunca baterão no teto se os jogadores não forem promovidos, e examinados, nas arenas frequentadas por quem gasta dinheiro a sério. Ou se não entrarem no circuito dos sussurros e rumores de mercado que influenciam os mais interessantes dos gastadores: os ignorantes que emprenham pelos ouvidos. Entre os oitavos de final da Champions e a fase de grupos há uma diferença grande de visibilidade e ruído. Nos oitavos, o universo reduz-se a 16 equipas, oito jogos por ronda, para além de já ter ficado estabelecido o mérito desportivo. O sentido de urgência aumenta; o espaço para erros reduz-se; o tempo para decidir desaparece; os olhares inquisidores multiplicam-se, vindos de todo o mundo. Jogar os oitavos da Liga dos Campeões, para um miúdo de 18 ou vinte anos, é como passar por Harvard ou Oxford. Hoje e amanhã, Benfica e FC Porto jogam, talvez, as três próximas épocas."
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