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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Campeões da fuga às dívidas


"Neste início de ano, quero falar-vos de dificuldades. Daqueles que muitos de nós sentimos todos os dias, semanas e meses, sempre que o ordenado não estica e as contas para pagar não param de surgir. À semelhança do que aconteceu com milhares de famílias em Portugal, em 2023 também senti na pele o terror da taxa Euribor. Os juros aplicados aos empréstimos dos bancos da zona euro deitaram abaixo as economias familiares. O crédito à habituação é a face mais visível deste descalabro do sistema financeiro e social. Em pouco tempo, a prestação da casa quase dobrou, e os ordenados do agregado de que faço parte ficaram exactamente na mesma. A solução passou por negociar com o banco, tentar encontrar forma de fixar a taxa, mas não mais do que isso. Não tivemos dívidas perdoadas, nem isso esteve em cima da mesa. Não temos amigos nos conselhos de administração, nem teria cara para fazê-lo.
A solução, lá por casa, foi trabalhar ainda mais, ter menos tempo para a família e procurar outras formas - todas lícitas - de ter mais dinheiro na conta a cada mês. Foi assim comigo e com milhões de outros portugueses, porque somos cidadãos preocupados, revoltados, mas com respeito pelo bem comum e pela moral.
O mesmo não se pode dizer da entidade com capitais negativos que é o Sporting CP. Ao longo dos anos, foi financiado, de forma direta e indireta, por Álvaro Sobrinho (do BES Angola), um dos responsáveis por lesar o Estado português em centenas de milhões de euros. Ou seja, fomos todos nós a bancar a concorrência desleal em que se tornou a atualidade sportinguista. Incapazes de gerar receitas que permitem o estilo de vida que aparentam ter, os responsáveis sportinguistas apelaram a perdões bancários e já conseguiram não pagar cerca de 100 milhões de euros. Tudo com o dinheiro de quem? Meu, seu, nosso, de todos. Mas está tudo bem... É, de facto, um clube diferente."

Ricardo Santos, in O Benfica

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