" 'Nem sabia que o Gonçalo Ramos é esquerdino', dizia um amigo meu depois do jogo de Portugal com a Suíça. 'E não é', tive de lhe responder. Mas parecia, de facto. Aquele míssil dirigido à baliza helvética não só fazia parecer que o jovem avançado é canhoto, como dava até a entender que, antes de tomar leite com cereais à noite e se ir deitar, está mesmo acostumado a partir canhotas ao meio com aquele tipo de golpe.
O Gonçalo não é esquerdino, mas também não tenho a certeza se será destro. Sei - isso, sim - que, para fazer balançar as redes, tanto lhe dá utilizar um é como o outro, a cabeça, o peito ou o calcanhar. É um avançado de área e de apoio. Um jogador de combate e de definição. Um avançado de golo, assistência e participação ativa e coletiva num futebol desenhado para o ataque. O Gonçalo tem tantas características positivas, que até são capazes de me convencer a falar dele como se eu fosse doutrinado em comentário futebolístico. A verdade é que sou mais futebolês. Não dos que vão ver jogos ao café, até porque não estou habituado a ter de me desviar de cadeiras que voam enquanto tento acompanhar a bola a rolar, mas, sim, do futebolês entre amigos, que infantilmente discutem se será mais importante Portugal ganhar a Marrocos ou a Inglaterra eliminar a França, para sabermos qual a probabilidade de chegarmos pela primeira vez na história à final de um Mundial - quem sabe, ganhar. O mister e a equipa têm de pensar jogo a jogo, claro, mas eu sou um adepto que gosta de fazer contas adiantadas, e a verdade é que a conta para as meias-finais é muito fácil de fazer. Até porque, com o Gonçalo a este nível, não vejo de que forma é que íamos conseguir arranjar espaço para o Èder."
Pedro Soares, in O Benfica
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