"A Crónica: Como Curar Uma Asa Direita
O SL Benfica venceu o CD Tondela por 2-1 no Estádio da Luz. Ainda com 33% da lotação, viu-se o CD Tondela a chegar-se à frente por Salvador Agra, mas os encarnados conseguiram a reviravolta por Rafa e Gilberto ao cair do pano.
Na primeira parte, percebeu-se claramente o efeito que a “ressaca Champions” tem nas equipas portuguesas. Uma posse de bola com alguma passividade do SL Benfica que culminou num erro defensivo que deu o 1-0 a Salvador Agra aos 22 minutos. O marcador não se alterou até ao intervalo, mas perspetivava-se uma mudança de paradigma para os segundos 45 minutos.
Na segunda parte, vimos um SL Benfica com um comportamento diferente da primeira parte. Não houve qualquer alteração no sistema tático, mas os jogadores que entraram trouxeram uma maior definição e agressividade ofensiva.
Aos 67 minutos, destaque para João Mário que esteve perto de marcar de fora da área para grande defesa de Niasse. Mas a reviravolta acabou por ser feita Rafa e Gilberto ao cair do pano. Dois golos que colocaram o Estádio da Luz a celebrar mais três pontos e que mostraram o impacto da cura da asa direita da águia (substituições de Pizzi e André Almeida por Rafa e Gilberto).
Com este resultado, o SL Benfica assume a liderança isolada do campeonato e o CD Tondela mantém a tendência negativa de há dois jogos para cá.
A Figura
Rafa Silva – Uma entrada que, a par de Gilberto, revolucionou toda a asa direita encarnada e o jogo. Rafa trouxe a imprevisibilidade e velocidade que Pizzi não estava a conseguir imprimir no jogo e deu o empate que catapultou o SL Benfica em busca de mais uma vitória.
O Fora de Jogo
Everton – Este não é o Everton que parecia prometer mostrar bom serviço no início desta época. Um jogo muito apagado do brasileiro e sempre a complicar o que deveria ser descomplicado. Insistência na finta e muitas vezes o individualismo excessivo. Claramente uma noite desinspirada do extremo brasileiro.
Análise Tática – SL Benfica
A equipa de Jorge Jesus apresentou-se num 4-4-2 com João Mário e Meité no meio-campo, Pizzi e Everton nas alas e Gonçalo Ramos no apoio a Darwin. Grimaldo era o lateral mais ofensivo e a aparecer em espaços interiores.
O golo sofrido pelos encarnados mostra uma desatenção defensiva ainda não antes vista (até porque o SL Benfica voltou a apostar num sistema de dois centrais). Ainda na primeira parte, foi notória a falta de ligação na zona final do ataque.
No segundo tempo e com as substituições, a chegada à área tornou-se mais objetiva. Rafa foi o principal agitador do ataque das águias ao trazer um acrescento que Pizzi não dava, e fez o empate na luz. Gilberto voltou a provar que as substituições na ala direita foram de ouro.
11 Inicial e Pontuações
Vlachodimos (5)
Grimaldo (5)
Vertonghen (4)
Lucas Veríssimo (5)
André Almeida (4)
Meité (4)
João Mário (6)
Pizzi (5)
Everton (3)
Darwin Nuñez (5)
Gonçalo Ramos (4)
Subs Utilizados
Weigl (5)
Rafa (7)
Gilberto (7)
Rodrigo Pinho (5)
Seferovic (-)
Análise Tática – CD Tondela
O CD Tondela apresentou-se num 4-2-3-1 com Daniel dos Anjos como elemento sozinho no ataque e Salvador Agra mais solto para explorar algumas debilidades defensivas do SL Benfica.
O protótipo disto foi o primeiro e único golo da equipa Beirã. Mesmo sem o sistema de 3 centrais, o comprometimento defensivo e a capacidade dos jogadores tondelenses em travar as investidas encarnadas foi notável. Mas os comandados por Paco Ayesterán não resistiram às substituições do SL Benfica e a incapacidade de reação na segunda parte ditou o desfecho final.
11 Inicial e Pontuações
Niasse(7)
Jota (5)
Eduardo Quaresma (6)
Khacef (6)
Tiago Almeida (5)
Undabarrena (5)
Pedro Augusto (5)
João Pedro (6)
Neto Borges (5)
Daniel dos Anjos (6)
Salvador Agra (7)
Subs Utilizados
Ricardo Alves (5)
Bebeto (5)
Rafael Barbosa (-)
Renat Dadashov (-)
John Murillo (-)
BnR na Conferência de Imprensa
SL Benfica
Não foi possível colocar questões ao treinador do SL Benfica, Jorge Jesus.
CD Tondela
BnR: Acredita que a mudança de sistema tático do SL Benfica também pesou na forma como o Tondela principalmente na 1ª parte conseguiu explorar algumas debilidades defensivas sempre com grande pragmatismo?
Paco Ayesterán: Nós esperávamos que o SL Benfica jogasse com três centrais. Mas mais do que o 4-4-2, foi a pouca velocidade que tiveram no 1.º tempo e o trabalho defensivo que fizemos. Sabíamos que posições tínhamos de fechar, que tínhamos de ser agressivos. Fechamos todos os espaços por dentro no primeiro tempo, defendemos bem os corredores, e sabíamos que na transição tínhamos de sair, porque o Benfica quando joga em 4-4-2 vasculha-nos muito. Foi mérito do Tondela no primeiro tempo."
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