"A Crónica: na Cidade do Móvel o Carpinteiro Vestiu de Encarnado
Nesta tarde de domingo, o Sport Lisboa e Benfica deslocou-se à Mata Real na procura de mais uma vitória que consolidasse o avanço pontual conquista no derby de Alvalade. Já o Futebol Clube Paços de Ferreira encarava este jogo na procura de pontos que ajudassem o clube a fugir à linha de água.
A vitória foi encarnada e sem grande contestação. O SL Benfica construiu o resultado na primeira hora de jogo com uma superioridade em campo que poderia ter originado ainda mais festejos da bancada. Depois foi meia hora a desfrutar da vitória já construída.
O FC Paços de Ferreira procurou construir jogo a partir de trás e ter mais bola e a equipa de Bruno Lage não se incomodou com isso. Os castores foram tendo bola sem conseguirem ligar os sectores e muito devido à pressão alta que os avançados encarnados foram fazendo ao longo dos primeiros 60 minutos de jogo.
Com Rafa, a frente ofensiva do SL Benfica foi capaz de uma pressão alta mais eficaz e principalmente de lançar constantes ataques rápidos pelo chão, deixando a defesa pacense completamente aos papéis.
O último terço de jogo trouxe-nos um Benfica cinzento e já visto noutros jogos. A equipa abdicou totalmente da bola e de atacar e recuou as linhas de pressão, só preocupada em não sofrer e ver o tempo passar. Foi o melhor período do Paços de Ferreira, que viu a sua construção facilitada, o que libertou os médios para maiores apoios ao trio da frente.
Esta postura final da equipa do Sport Lisboa e Benfica, com a presença de Cervi constantemente em zonas defensivas – a despachar bolas sem nexo para a frente – e Vinícius em constantes cruzamentos para a área sem se preocupar primeiro em olhar, deixou muito a desejar.
A Figura
Rafa Silva – Craque, mágico, talentoso. Rafa é um puro diamante que electriza a alma benfiquista e que nos enche jogo após jogo de fantasia e ilusão. Já não é só aquele jogador ágil e veloz capaz de guiar a bola durante 40 metros até ser finalmente derrubado. Está mais apurado e muito mais decisivo. Sabe temporizar o jogo, tem toques extraordinários no apoio aos seus colegas de ataque e ganhou a frieza necessária para colocar toda a sua técnica no momento da finalização. Neste jogo marcou, deu a marcar e foi a principal figura do ataque encarnado. Capaz de pressionar os defesas e constantemente a deixar os centrais pacenses à nora. Bola no pé do Rafa é já sinónimo de desespero nas defesas adversárias.
O Fora de Jogo
Marco Baixinho – Várias foram as exibições menos conseguidas na equipa pacense, mas tenho de destacar como mais débil o sector defensivo. Tendo de escolher um jogador, optei por aquele que mais personifica o processo defensivo da equipa de Pepa. Marco Baixinho não defendeu pior nem construiu pior que os restantes colegas da defesa, foi tão mau como eles e tem obrigação de ser o jogador que lidera e organiza aquele sector. Com bola foram trapalhões, sem bola não se conseguiram posicionar de forma a evitar as facilidades que os jogadores encarnados foram encontrando. A esta defesa tão permeável foi valendo o guardião Ricardo Ribeiro.
Análise Táctica – FC Paços de Ferreira
Pepa lançou o seu 4-3-3, mas desta vez com maiores precauções defensivas. Assim, deixou no banco o médio João Amaral e lançou o trinco Mohamed Diaby. Foi um 4-3-3 demasiado fixo no terreno, o que criou um isolamento posicional tanto dos extremos como do ponta de lança. A equipa sofreu grandes problemas no processo de construção – criados pelo adversário, mas também pelos próprios jogadores. Tentando criar jogo a partir da defesa, o FC Paços de Ferreira sofreu com a pouca qualidade dos seus centrais com bola e ainda da falta de apoio de um meio-campo mais criativo – a bola parecia queimar.
Com o recuo da pressão adversária e com o lançamento de João Amaral, a defesa pacense sentiu-se mais confortável com bola, os médios puderam aproximar-se dos jogadores de ataque e a equipa ganhou maior qualidade com bola e maior presença central no meio-campo ofensivo.
A defesa do FC Paços de Ferreira pareceu-me demasiado permeável a lances defensivos pelo chão, os extremos pareceram-me demasiado fora de jogo, o avançado Douglas Tanque lutador, mas precipitado, e o guarda redes em grande forma a evitar um resultado bem mais complicado para a equipa de Pepa.
11 Inicial e Pontuações
Ricardo Ribeiro (7)
Jorge Silva (5)
Marco Baixinho (3)
André Micael (3)
Oleg Reabciuk (4)
Pedrinho (4)
Mohamed Diaby (6)
Stephen Eustáquio (4)
Hélder Ferreira (4)
Adriano Castanheira (4)
Douglas Tanque (3)
Subs Utilizados
Murilo (4)
João Amaral (5)
Uilton (4)
Análise Táctica – SL Benfica
Bruno Lage avançou para este jogo com o seu já habitual 4-2-3-1, mas desta vez com Rafa em vez de Chiquinho e confirmando a titularidade de André Almeida – em prol de Tomás Tavares. Neste jogo, por estratégia do treinado encarnado, a equipa pressionou mais alto, utilizando o quarteto ofensivo para ganhar a bola no meio campo ofensivo e lançar rápidos lances de ataque.
O 4-2-3-1 de Lage foi durante uma hora do jogo mais um 4-2-4, abdicando de grandes construções e dando uma enorme dinâmica aos jogadores de ataque. Foi uma constante ver (principalmente) Pizzi, Rafa e Vinícius a surgirem tanto à esquerda, como à direita e como no centro do ataque.
Com a vantagem consolidada, o 4-2-3-1 ganhou dinâmicas mais de um 4-5-1 de maior contenção. A equipa recuou as linhas, permitiu ao adversário liberdade para construir as suas jogadas e foi-se maioritariamente preocupando em defender o espaço defensivo.
Tal como valeu a Pepa o guardião Ricardo Ribeiro para não sofrer uma derrota mais pesada, também valeu a Bruno Lage o guardião Odysseas Vlachodimos para não ter uns minutos finais de maior sofrimento.
Nota ainda para a dupla de meio-campo do SL Benfica: posicionalmente muito forte e com grande tranquilidade com a bola no pé – principalmente o alemão Weigl.
11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (7)
André Almeida (5)
Rúben Dias (7)
Ferro (6)
Grimaldo (5)
Julian Weigl (6)
Gabriel (6)
Pizzi (6)
Rafa (8)
Franco Cervi (5)
Vinícius (5)
Subs Utilizados
Taarabt (4)
Seferovic (2)
Jota (-)"
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