"Tila Pedroso foi uma das pioneiras da patinagem artística em Portugal, que tinha também uma grande paixão pela música.
Clotilde Maria de Almeida Sales Pedroso, alfacinha de gema, nasceu a 20 de Janeiro de 1930. Iniciou muito nova a prática da patinagem artística. Tinha apenas 12 anos quando começou a patinar no Sport Lisboa e Benfica, onde também frequentava as aulas de ginástica. A sua vocação para a patinagem 'era de tal modo que, sem professores, «ensaiou» e aprendeu! E um ano depois apresentava-se em público...'. Tornou-se na 'mascote' do Jardim Cinema, uma sala de espectáculos onde actuava. Vieram, depois, as festas e mais festas para se exibir, e a sua mestria com os patins foi-se aperfeiçoando. Em 1945, representou o Benfica no concurso Rainha do Patim, num festival de patinagem organizado pela Associação Académica da Amadora, no qual conseguiu um honroso 4.º lugar. Era 'apontada a todas as benfiquistas como exemplo a seguir e a imitar'. Tila era 'das nossas poucas praticantes daqueles tão belo desporto que tem o segredo da sedução e do encantamento e da graça natural'. As suas exibições eram pontuadas sobretudo, pela grande naturalidade com que executava os movimentos.
Entretanto, outra paixão despertava o interesse da Tila Pedroso, a música. Tal como acontecera quando pela primeira vez calçou uns patins, o gosto por cantar tornou-se numa grande ambição. Gostava, especialmente, de cantar ao microfone e a 'pequena Tila tinha realmente jeito para «aquilo»'. Fez carreira na música, mas tal como no desporto era, essencialmente, amadora. Fez parte das emissões de variedades da Rádio Graça, que era então uma das rádios amadoras mais prestigiadas da capital.
Em patinagem artística, exibiu-se variadíssimas vezes e em diferentes locais. 'Foi no Porto e a Castelo Branco, a Estremoz, às Caldas da Rainha e a Torres Vedras, Alenquer, Almada, Cascais, Sintra, etc.' Quando patinava, tinha sempre um belo sorriso nos lábios que constituía 'um atractivo e um estimulante ao bom gosto do público'. Quando cantava, esse sorriso também nunca abandonava. Durante algum tempo conseguiu conciliar as duas paixões, mas aos 18 anos optou pela música, deixando a patinagem. 'A sua curta carreira de desportista praticante fê-la à custa da dedicação e sem ajuda de ninguém. Triunfou. E impôs-se por vontade própria'. Foi um verdadeiro exemplo de dedicação, vontade e perseverança.
Pode conhecer mais sobre a patinagem artística na área 3 - Orgulho Eclético do Museu Benfica - Cosme Damião."
Ana Filipa Simões, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!