"Cá estão eles. A cada desaire, logo aparecem com as suas teorias e verdades absolutas. Uns têm espaço nos jornais, na rádio e na televisão. Outros improvisam teorias nos computadores, tablets e telemóveis com a mesma rapidez com que se calam quando o vento muda para a feição das vitórias. Sabem tudo sobre o mercado de contratações, são peritos em engenharia financeira desportiva, observam qualidades e defeitos em profissionais de futebol como se tivessem um dom místico. Na maior parte das vezes, no entanto, só repetem aquilo que leram ou ouviram da boca dos nossos adversários. Fazem sempre lembrar os supra-sumos dos incêndios quando o primeiro fogo de verão é ateado. Sabem tudo sobre limpeza de matas, meios aéreos e protecção civil, mas nunca levantaram o rabo da cadeira para ir abrir a torneira da mangueira. Também poderiam ser os incríveis conhecedores de toda a estratégia militar mundial quando a Coreia do Norte se lembra de acender o rastilho de mais um míssil mediático. Mas provavelmente a única arma que tiveram nas mãos foi uma pistola de fulminantes quando se mascaravam de cowboys no Carnaval lá da terra.
Nada tenho contra quem dá a sua opinião, antes pelo contrário. Muito prezo essa liberdade. O que acho estranho é esta vontade destrutiva que emana dos corações destes iluminados. Depois de dois jogos em brilho, com resultados deprimentes - não há que mascarar a realidade como os clubes falidos fazem com as suas contas ou com o número de adeptos no estádio - logo surgem estas 'soluções' drásticas de terra queimada. 'Já nada serve', dizem eles, esquecendo o mais importante: à semelhança dos últimos quatro anos, a festa só se faz em Maio."
Ricardo Santos, in O Benfica
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