"A propósito da apaixonante edição que A BOLA publicou no dia seguinte à morte de Eusébio, dei por mim a participar em discussões nas redes sociais sobre a relevância histórica do pantera negra.
À ideia de que Eusébio é um figura histórica dificilmente repetível, foi-me contraposto que a sua relevância se cingia ao futebol.
Se fôssemos todos computadores e a nossa vida uma folha de cálculo - como muitos políticos e economistas parecem desejar - seríamos unânimes. Dados palpáveis: Eusébio não fez revoluções; não comandou tropas em guerras alguma; o único caminho marítimo que conhecia era para a Trafaria e nem foi ele a descobri-lo... Diríamos, pois: foi só um grande jogador de futebol.
Em todo o planeta a sua morte foi notícia de primeira página de jornais. E é por isso que, pegando numa ideia do António Simões para falar do Ronaldo, hoje digo que Eusébio está entre os portugueses mais conhecidos de sempre, numa lista com Ronaldo, José Saramago, Amália, Vasco da Gama e (a ser português) Cristóvão Colombo.
Se isto não faz de Eusébio uma figura histórica, então nada fará. A história não se faz só de guerra, economia e política.
PS: Assunção Esteves aproveitou o funeral de Eusébio para dizer que é muito caro trasladá-lo para o Panteão. Centenas de milhares de euros, diz. Ponto 1: nunca a vi preocupada com os 679 mil euros que a AR pagou em 2013 aos grupos parlamentares para despesas com assessorias; Ponto 2: custa a quem? Se o Panteão é do Estado, é como transferir dinheiro da minha conta A para a B, certo?"
Rogério Azevedo, in A Bola
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