"Terminou a época de transferências. Ao longo de dois longos meses, depositamos a esperança de que as contratações sejam reforços e não desilusões. Sofremos com a possibilidade de vermos alguns dos nossos futebolistas preferidos a mudar de ares e vamos desconfiando do discernimento de quem tem a responsabilidade de formar um plantel equilibrado e capaz.
Há uns três anos, levei uma das maiores lições de futebol de que me recordo. Habituado que estava a formar planteis em diferentes jogos de computador e em muitas conversas de café, lá parti eu, cheio de certezas alicerçadas no empirismo de quem nunca teve a responsabilidade de formar um plantel com futebolistas reais num mundo real, para uma conversa com uma das maiores glórias do futebol português e internacional, e que tinha como função concretizar a construção de um plantel para ser campeão. Em poucos minutos percebi que eu nada sabia do que era um plantel, de como se formava, dos pressupostos. Poucos minutos bastaram para perceber que a ignorância é ousada e que muitas (mas não todas) das críticas que se fazem ao trabalho dos profissionais se deve ao puro desconhecimento do que é a realidade. Nesse dia, antes daquela conversa, achava que aquele plantel estava desequilibrado e não oferecia grandes esperanças. Após a conversa, percebia a lógica e a coerência que estavam subjacentes à sua construção.
No entanto, continuava teimosamente convicto de que havia decisões muito erradas, particularmente na construção de todo o lado esquerdo da equipa. Lembro-me bem de que, nesse dia, critiquei desbragadamente a saída de Reyes, a decisão de manter Di Maria no plantel e a possibilidade de um dia vir a ter o Fábio Coentrão como defesa esquerdo…"
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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