"Quem aterrar em Portugal e quiser espreitar a realidade do futebol português, escolhendo Julho e Agosto para saber mais sobre o assunto, vai ficar surpreendido. Nestes dois meses, abrindo as páginas dos principais jornais desportivos (e até dos generalistas) - em papel ou na internet - ficamos a saber que há duas equipas fora de série, com contratações maravilhosas de nomes recheados de adjectivos e predicados, planeamentos acima de qualquer suspeita, opções técnicas brilhantes em jogos a feijões e operações financeiras e de charme que deixam roídos de inveja os melhores clubes da Europa e do mundo... Sonham eles... Nestes dias, não faltam elogios e promessas de uma época conquistadora para as duas equipas que ficaram em segundo e terceiro lugar do campeonato nacional de 2016/17. As capas dos jornais e as páginas em destaque nos sites desportivos, bem como os temas em debate nos infindáveis programas televisivos sobre futebol, são dedicadas a esses monstros do futebol da Via Láctea. Risos.
Um não ganha uma taça há quatro anos e continua a sonhar com os anos dourados do apito. O outro não faz parte sequer dos três representantes portugueses nos rankings europeus, além de que, na última vez em que foi campeão, o papa era João Paulo II, Shaquille O'Neal ainda jogava na NBA, e Mike Tyson ainda combatia.
Todos os anos, a história repete-se. Passam o verão a tentar puxá-los para cima, mas na hora da verdade as bailarinas não sabem dançar e metem as culpas no chão, que está torto. Continuem assim.
O tetracampeão está a trabalhar. Não incomodem, por favor."
Ricardo Santos, in O Benfica
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