"Há dias, foi apresentado publicamente o Código de Ética Desportiva. Um facto que deveria ter merecido mais ênfase na comunicação social,
Um trabalho de excelência, impulsionado pelo Coordenador do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED) José Carlos Lima, que merece ser lido, reflectido e praticado, como exemplo de ética intensiva e geracionalmente reprodutiva.
A ética desportiva não difere, no essencial, da ética individual e colectiva. Mas, num contexto cada vez mais importante do desporto nas suas diversas componentes e nos seus directos ou indirectos participantes, deve-se saudar, com esperança, um código de conduta ética e deontológica de todos os seus intervenientes.
A ética não se estrutura na dicotomia legal/ilegal, mas radica na consciência. O conjunto do que é moralmente aceitável (o legítimo) é mais restrito do que é juridicamente aceitável (o legal). Nem tudo o que a lei permite se nos deve impor, e há coisas que a lei não impõe mas que nos podem e devem impor.
Como há tempos aqui escrevi, na (falta de) ética desportiva, onde há adversários, vêem-se inimigos. Onde deveria haver competição dura mas leal, há batota e amoralidade. Onde se deveria saber ganhar e perder, há atitudes inconsequentes e perniciosas. Onde deveria haver valores e princípios, há interesses nem sempre legitimados.
Dizia Raymond Aron que «a ética da convicção e a ética da responsabilidade não são contraditórias. Completam-se uma à outra e constituem no seu conjunto a expressão do homem autêntico». Acrescento: onde não há lugar para essa proclamada terceira categoria ética dos actos indiferentes entre o bem e o mal."
Bagão Félix, in A Bola
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