"O treinador do Paços de Ferreira fez uma declaração surpreendente no final do jogo de ontem em Alvalade, ao manifestar-se crítico da exibição da sua equipa. O Paços, realmente, já tinha feito esta temporada muitos jogos melhores, na sua longa série de 15 seguidos sem derrotas, mas o adversário não exigiu mais.
Quem não tenha visto o encontro pode descortinar no comentário um laivo de imodéstia, quiçá, desrespeito pela grandeza alheia, mas o realismo de Paulo Fonseca só pode chocar quem não consiga olhar de frente para a crise leonina.
A crueza de algumas análises realizadas aos processos técnicos seguidos em Alvalade nos últimos anos, a partir da inversão da política de aproveitamento sistemático da formação, que coincidiu com a dispensa de Paulo Bento, encontrou sempre uma reação negativa da parte dos responsáveis e da generalidade dos adeptos, encerrados numa rotina viciosa de clube rico ao qual nada de mal pode acontecer.
Foram raros os críticos em tempo real dos desmandos da gestão desportiva, que contou com boa imprensa nos momentos eufóricos das contratações, mas ficaram suficientes páginas escritas com autênticos relatórios à incompetência. Alguns dos críticos arrostaram com ameaças, insultos e desconsiderações, mas fizeram o seu trabalho, tiveram razão fora de tempo, alertaram para os perigos que o Sporting corria, com todo o respeito.
Hoje, parece bem fácil, até fácil de mais, assumir que os jogadores não têm a qualidade que as pretensões justificam, embora a conivência de alguns analistas de referência, para quem a qualidade dos jogadores é sempre condicionada pela cor da camisola que vestem, continue a prejudicar a recuperação do clube. Estes são mais nefastos do que os tiveram a hombridade de ir contra a corrente em tempo real, sem receio de serem desmentidos pelo impossível, ou do que a seriedade de um treinador como Paulo Fonseca."
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