"Escrevo este texto no dia 1 de Janeiro. Feriado, dia de folga? Para mim, o Benfica não permite ripanço, não se compadece com abstinência. Para mais o seu Jornal, a mais antiga publicação desportiva do País.
Mas, em convívio familiar, curtos são os minutos, alguém leva a mal a reprodução de um texto? Um escrito da minha lavra? Depois de uma meia temporada sem derrotas para consumo doméstico e com uma trajectória desejavelmente vitoriosa na Liga Europa. Aqui vai, seguindo a lei do arreigado deslumbre vermelho.
A eternidade tem pouco mais de 50 anos. O Benfica Campeão Europeu rompeu as fronteiras convencionais da bola. De acento tónico na cobiça, no ritual das suas belas aguarelas, espreguiçou-se por toda a parte onde o Futebol reclamou um vencedor.
Na verdade centenária do Benfica, Berna e Amesterdão foram os elevadores da glória total. Já a Taça Latina, dez temporadas atrás, havia amanhecido a madrugada do Futebol benfiquista com o pitoresco de uma prenda ressonante. Ainda nos refractários anos 60, o cortejo desconcertante voltou a cruzar-se com momentos mágicos que apenas esbanjaram um pequeno toque resolutivo. A história teve três réplicas na década de 80, o aprumo do Benfica vestiu a Europa com a melhor indumentária para novas cerimónias de apoteose.
Clube mítico, dos poucos do Mundo, desde os seus triunfos continentais, o SLB ergueu, majestático, o palácio da Mística. Com 'orgulho muito seu', abriu as janelas ao sol da vitória. Libertou o génio de Eusébio e de outros artistas com a medida do sonho bom. Fez-se mensageiro do exército libertador do sucesso, recebido com a sensação incontida de agrado pelas massas populares da mais diferentes latitudes. A construção europeia da bola só pode ter uma dívida perpétua ao Benfica. Vamos repetir os melhores desideratos? Por que não já neste novo ano?..."
João Malheiro, in O Benfica
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