"Exibição superior determina claro triunfo na Amoreira.
Afigurava-se ingrato o teste que se deparava ao Benfica e logo em vésperas de clássico, sem esquecer o "dossier" Taça da Liga, a meio da semana. A tudo isso juntava-se a qualidade do Estoril, que, vindo do escalão secundário, tem surpreendido com o seu futebol criativo mas também pragmático que a actual classificação bem traduz.
Mas este Benfica está imparável e cedo o viria a demonstrar, comandando o jogo através de uma maior capacidade de circulação de bola, que lhe permitiu desde logo ocupar com mais insistência o meio terreno do adversário. As tentativas iniciais dos seus avançados, com realce para uma perdida de Cardozo, que terá trocado o pé na altura do "encosto", acabariam por ter resposta só a partir dos 25', valendo então Artur para evitar maiores transtornos.
Foi no decorrer desse período de maior réplica estorilista que o Benfica abriu o marcador, num toque de calcanhar de Gaitán, tão espectacular quanto fortuito, a corresponder a um canto de Cardozo. Era merecida a vantagem, já que a equipa estava a carburar em pleno, face à clarividência dos dois homens do eixo, Matic e Enzo Perez, e à classe do regressado Gaitán.
Para o período complementar, Jesus repetiu a dose de outras ocasiões, fazendo entrar Lima para o lugar de Rodrigo, mantendo o falso lento Cardozo em palco para dar cabo do juízo a Bruno Miguel ou a quem o procurasse manietar. A nova dupla fez acelerar o futebol dos visitantes, cujo pendor ofensivo se tornou ainda mais evidente. Tanto mais que Salvio também surgiu mais determinado e consequente.
Destas alterações de lugar e ânimo resultaram mais dois golos, precisamente de respeitáveis remates de Lima e Salvio, que, a pouco menos da meia hora do fim, deixaram o Benfica em total tranquilidade. Para além de Ola John, no lugar de Gaitán, os 0-3 forneceram também pretexto para fazer entrar o mágico Aimar, retirado das lides há muito, assim se poupando Cardozo para outras e mais animadas lutas.
Esta natural descompressão teve, contudo, os seus custos, já que o Estoril soube explorá-la devidamente, acabando por reduzir a desvantagem (Gonçalo Santos), embora com culpas para Artur, isto depois de Carlitos ter falhado outra ocasião para facturar. Mas seria exagero, uma vez que os encarnados, com um futebol atacante de primeira água, é que ficaram a dever golos a si próprios.
O Estoril, que se tem revelado um verdadeiro problema para quem o defronta, não conseguiu, desta vez, impor a sua lei. O Benfica soube dar-lhe a volta, vulgarizá-lo e, ainda por cima, resolver cedo a contenda. Quando assim é, não há nada a opor ao desfecho."
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