"A época do SL Benfica está praticamente a terminar e é tempo de retirar algumas ilações daquilo que foi a temporada 2020/21. Ainda falta aos encarnados jogar a última partida da Primeira Liga e a final da Taça de Portugal frente ao Sporting Clube de Braga, mas mesmo que conquistem a prova rainha do futebol português, esta não salvará aquela que foi uma época para esquecer para as águias.
Assim, colocaremos a temporada em retrospetiva e perceberemos as maiores desilusões e surpresas do ano que marcou o regresso de Jorge Jesus ao comando técnico do Glorioso.
1. Falha do acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões – O jogo frente ao PAOK era de elevada importância. Para além de garantir um avultado encaixe financeiro, que ajudaria a equilibrar as contas do clube após um ano de investimento, disputar a Liga dos Campeões é sempre um dos objetivos para o SL Benfica.
Contudo, num jogo disputado na Grécia, o SL Benfica sairia vencido por duas bolas a uma e cairia com estrondo na terceira pré-eliminatória de acesso à maior prova de clubes organizada pela UEFA.
Este jogo foi um marco e um presságio da temporada que estava por vir e a equipa parece ter-se ressentido bastante deste resultado e da consequente relegação para a Liga Europa, onde a sua campanha também não foi propriamente feliz.
2. O investimento desmedido sem os resultados esperados – O dinheiro não compra tudo, não compra resultados, não compra bom futebol, mas quando se tem o maior ano de investimento da história do clube, espera-se, pelo menos, que a equipa lute em todas as competições até ao fim. Pois bem, não foi o que aconteceu.
Após as vendas de João Félix e Rúben Dias, os cofres da Luz ficaram “recheados” e esse mesmo dinheiro foi reinvestido na equipa. Contudo, o investimento não foi sinónimo de sucesso. Foram 98,5 milhões de euros investidos em jogadores como Darwin, Everton, Pedrinho. E ainda que lhes reconheça o talento, exceto ao Gilberto, esta foi a prova que o investimento desmedido não traz títulos garantidos.
Na Europa saímos pela porta pequena e em Portugal não fomos capazes de lutar pela Primeira Liga até ao fim, num campeonato que deveria ter sido, no mínimo, mais disputado pelo SL Benfica.
3. O regresso de Jorge Jesus – Jorge Jesus regressou ao SL Benfica para comandar as águias após ter representado os rivais do Sporting CP, AL Hilal SFC e ainda o CR Flamengo, clube onde se tornou numa espécie de ídolo. Na primeira passagem pelo SL Benfica conquistou cinco taças da liga, uma supertaça e três campeonatos, mas esta segunda passagem pelo clube da Luz não tem sido em nada como a primeira.
Aterrou em Lisboa com a promessa de colocar o SL Benfica a jogar o triplo, mas a verdade é que os resultados tardaram a chegar. Aliás, estamos em maio e ainda esperamos o triplo prometido.
Muitos são os fatores que podem ajudar a justificar o falhanço de Jorge Jesus nesta temporada no comando técnico dos encarnados, mas a verdade é que o SL Benfica perdeu por culpa própria. Não há, nem pode haver, desculpas para o desastre que foi esta temporada.
É tempo de rever, aprender e fazer melhor.
4. Um herói inesperado – Como já se percebeu, este artigo visa fazer uma perspetiva da temporada encarnada, mas há que dar o mérito a quem o merece. Haris Seferovic, tantas vezes criticado, menosprezado, foi um autêntico salva-vidas do SL Benfica este ano.
Confesso que não sou apreciador das qualidades do avançado suíço, mas reconheço que sem ele a temporada que por si só já é má, seria ainda pior.
É o melhor marcador da equipa, marcou golos importantíssimos a sair do banco e reconquistou um lugar que havia perdido no início da temporada. Neste momento é o melhor marcador da Primeira Liga, a par de Pedro Gonçalves, e não podemos negar o inegável: Seferovic não sendo o melhor jogador do mundo (nem do SL Benfica), não é certamente aquilo que querem fazer dele.
5. Temporada desportiva – Já se falou de investimentos e regressos que ainda não obtiveram resultados, mas na generalidade, a maior desilusão desta temporada foi o Sport Lisboa e Benfica no seu todo.
Foi uma época muito atípica para os encarnados, com os resultados a ficarem muito aquém do que se previa. Recapitulando, o SL Benfica ficou no terceiro lugar da tabela da Primeira Liga, falhando o acesso direto à Liga dos Campeões; perdeu a Supertaça para o FC Porto; caiu nos 16 avos de final da Liga Europa depois de passar em segundo num grupo que era bastante acessível e foi eliminado pelo SC Braga nas meias-finais da taça da liga.
Uma temporada que serviu apenas para relembrar que sem raça, crer e ambição não há um SL Benfica campeão."
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