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quinta-feira, 11 de junho de 2020

Senta Chiquinho, vai Dyego

"O tema não é novo, e foi muito bem explanado pelo Ricardo Galeiras no rescaldo da jornada passada:
"Nenhuma equipa será verdadeiramente grande enquanto reunir um conjunto de jogadores que sistematicamente perdem a posse. Que a perdem porque não são suficientemente inteligentes ou porque não têm nível técnico ou motor o suficientemente eficiente para promover eficácia."
"Ter Pizzi, Gabriel, por vezes até Rafa (embora com grande capacidade para criar, e de quem se pode sempre esperar mais – e não há outro assim) e Vinícius (não há melhor, é um facto) significa que se espera por momentos, mas que não se consegue na regularidade aproximar a equipa desses momentos – Afinal, são jogadores com erros sistemáticos. O oposto serão jogadores como Chiquinho, Weigl ou o próprio Tiago Dantas – Podem nem se fazer notar, mas porque não erram ajudam ao carrossel ofensivo, aproximam a equipa do último terço, são eficientes e ajudam a estrangular opositores que não conseguem roubar bolas e aproveitar para respirar."
Em vantagem no marcador (2 a 1), a quinze minutos do fim, Chiquinho preparava-se para ir a jogo.
Série de Jogos com Chiquinho a titular na Liga – 9 jogos, 9 vitórias, saiu do onze depois do regresso de Rafa em Alvalade
Chiquinho, já aqui o referimos é diferente. Não surge nos momentos de notoriedade – Não soma praticamente golos, e também não tem surgido no último passe, mas é o tipo de jogador que permite que a bola chegue em melhores condições à zona de finalização. Perde poucas posses, e por isso a sua equipa chega mais longe no campo e prepara-se para melhor defender e mais rapidamente recuperar a bola quando a perder.
Traz a regularidade na qualidade que uma equipa grande precisa para impor o seu jogo.
Outros, jogadores de momentos, tenderão sempre a enganar a estatística (dos golos e último passe), mas que por tantos e tantos erros, deixarão sempre a dúvida se serem eficazes na hora de atirar à baliza compensará o quanto afastam a sua equipa da baliza adversária pelas suas constantes perdas – reveladoras de falta de critério ou / e habilidade motora e técnica.
A quinze minutos do fim, o Portimonense empatou e Chiquinho que esperava para entrar na beira do campo foi sentar-se para que entrasse Dyego Sousa. Naquele momento talvez fizesse sentido esperar-se por um momento e não por um jogo de critério e que aproximasse de forma sustentada o Benfica do golo. Havia pouco tempo para jogar.
Não deixa contudo de ser revelador a forma como o Benfica está hoje pensado para vencer. Aproveitar momentos e não chegar com regularidade. Uma equipa com 11 “Jardeis” não teria cada um deles a marcar 45 golos por ano. Na verdade, provavelmente nem um deles passaria a marca da dezena de golos.
E é pensando assim que as grandes equipas devem ser construídas. Os melhores acrescentam em todas as zonas do campo – Ter gente competente a finalizar é sim muito importante, mas tudo terá de ser pensado. Quantas bolas disparatadas perdidas compensam um golo? Quantos duelos perdidoso, quantos metros do campo não ocupados em momento defensivo, quantos passos errados são compensados por um golo? É que se todos errarem sistematicamente, esse golo (que teoricamente compensará os disparates) nem chegará.
Pizzi, foi o jogador com mais perdas de bola do jogo, e um dos com pior percentagem de passe (pior estiveram Grimaldo, Cervi e Vinícius)
Será Chiquinho o salvador do Benfica? Não se deixe enganar. É claro que não! Nunca será um único jogador a fazer uma equipa. Mas será sempre desse perfil de jogador – o que erra poucos passes, perde poucas bolas que se farão as grandes equipas. E mesmo que com menos notoriedade é com jogadores com pouco erro que as equipas se aproximam da baliza adversária e criam mais lances para finalizar.
Ainda sobre a partida, um destaque para as declarações sobre a lesão de Jardel. É notório que a sua substituição por Ferro traria sempre dificuldades acrescidas ao Benfica no plano defensivo – o jovem português não tem capacidade para dominar defensivamente o seu espaço e qualquer bola por mais inofensiva que pareça que tome a direcção da sua zona poderá fazer mossa, mas mencioná-lo quando o português foi titular durante a larga maioria do tempo, mesmo quando Jardel esteve disponível, não deixa de ser um contra-senso."

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