"Há alguns anos, trabalhei com um tipo que tinha tudo para ganhar o prémio de Pior Colega do Mundo. Não era benfiquista, é só o que vos posso dizer. Este artista chegava sempre uma ou duas horas depois de todos os outros, arranjava quase sempre uma desculpa para sair mais cedo - ir buscar os filhos, uma doença repentina, urgência familiar ou cobrir um evento cuja notícia acabaria por nunca sair na revista onde trabalhávamos - e ganhava o dobro do resto do pessoal. Em dias de fecho de edição conseguia sempre escapulir-se e os seus textos chegavam constantemente atrasados. Era o tipo de pessoa que dava pena. Sempre a queixar-se do mundo, um pequeno Calimero. O seu último 'golo' profissional já tinha sido marcado há uns anos e ele continuava agarrado a esses tempos. Pensava ter uma forma física - e profissional - que já ninguém lhe reconhecia, mas lá está... o pior cego é sempre aquele que não quer ver. E o resto da equipa sempre a aparar-lhe os golpes.
Um dia disse-lhe: 'Olha lá, se não estás bem, faz-te à vida. Vai mostrar o teu valor para outro lado'. Ele não foi. Manteve-se sempre à espera do despedimento, da indemnização e fazer castelos no ar de como era a última bolacha do pacote, desvalorizando quem trabalhava muito mais e melhor e ganhava sempre menos no fim dos mês. Até hoje sinto vergonha alheia dessa pessoa.
Lembrei-me desta personagem esta semana, quando li que Taarabt tem vontade de voltar ao plantel do SL Benfica."
Ricardo Santos, in O Benfica
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