"Não será inédita, mas é seguramente situação rara uma equipa ver-se provada de todos os seus avançados quando prepara um jogo. Para quem acredita, até parece que mau-olhado sobrevoou o centro de treinos do Seixal e os avançados do plantel foram fulminados pela ira de alguma divindade tresloucada que não inclui o vermelho na lista de cores preferidas. De uma assentada inutilizou os homens que costumam marcar golos: Jonas, Mitroglou e Jiménez. Perigo agravado por duas razões.
O adversário chamar-se Arouca, que, há um ano, à segunda jornada, deu tiro certeiro na águia, em Aveiro; o Benfica, no regresso à Luz na presente temporada ter empatado com o Vitória de Setúbal e riscado dois pontos na sua contabilidade de uma forma tanto inesperada quando imperdoável.
Era natural, por isso, que Jorge Jesus e Espírito Santo,que hoje recebem Moreirense e Vitória de Guimarães, ambos em situação mais confortável, esperassem mais do desempenho do pessoal de Lito Vidigal, o qual, manda a verdade dizer, só deu um ar de graça porque Rafa ainda pensou à Braga: ou seja, rematar muito e mesmo que nada marcasse se antes o enchia de aplausos, agora também... por enquanto. São outras as exigências, muito mais elevadas. Se ele tivesse conseguido pensar já à Benfica, seria uma noite para recordar: a exibição e os golos que prometeu e não concretizou.
Em matéria de novidades, a mais significativa, porém, fica ligada à estreia na equipa principal de José Gomes, 17 anos, quase um ano mais novo do que Rashford quando foi lançado às feras no Manchester United, há meia dúzia de meses. Quando um treinador percebe que tem um jovem praticante acima da média por perto, deve protegê-lo, assumir a responsabilidade pelo seu crescimento e investir nele. É essa a ideia de Vieira. É essa a ideia de Vitória."
Fernando Guerra, in A Bola
De rir esse título
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