"Immanuel Kant nasceu, viveu e morreu em território prussiano, na cidade de Kanigsberg (hoje, Kaliningrad, um oblast russo). Notável filósofo e eticista, Kant deixou-nos bases essenciais para o desenvolvimento da chamada ética dos deveres. Para isso, formulou o princípio do imperativo categórico que, numa das suas três regras (a da consistência), nos propõe: «Age unicamente segundo a máxima que te leve a querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei de tal modo que, se os papéis fossem invertidos, as partes em questão estariam sempre de acordo».
Mas a que (des)propósito vem isto? De arbitragem, assunto que nunca o visionário Kant poderia imaginar, ele que morreu em 1804. A patologia arbitral aí está a contradizer Kant. Não há jogo em que a culpa de qualquer coisa não seja dos juízes, assim se branqueando erros dos restantes intérpretes.
Ainda estou para ouvir treinadores/dirigentes - viciados em criticar os árbitros por um suposto ou imaginário prejuízo - a confessar o seu contrário, isto é que, às vezes, também são beneficiados. O caso mais recente é o de Lopetegui que jamais deixa passar um resultado menos bom sem bater nos homens do apito. Curiosamente, nem um sibilo diante de um claríssimo penalty não assinalado a favor do Chelsea.
Volto ao imperativo kantiano: «critica os erros da arbitragem contra ti unicamente segundo a máxima que te leve a querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei de tal modo que, se os erros forem a teu favor, não deixarás de o criticar também».
Como militante de um clube, nem sempre ajuízo assim, reconheço. Mas eu sou um simples adepto..."
Bagão Félix, in A Bola
Konigsberg
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