"Hoje escrevo sobre botas, ou melhor, chuteiras que é a aliança entre calçado e chutos na bola. Sobre a multiplicidade das suas cores e design. Amarelas, azuis, laranja, verdes, vermelhas, fluorescentes e afins, de duas ou mais cores, com formas geométricas ou psicadélicas. Há até jogadores que calçam chuteiras de cor diferente em cada pé, sejam destros ou canhotos. Arrisco dizer que chuteira preta é uma espécie em vias de extinção. Aspecto diferente á a inovação tecnológica, que é bem-vinda se contribuir para a segurança física e capacidade técnica dos jogadores.
Confesso que, às vezes, esta variedade até me permite distinguir melhor alguns jogadores, fixando não os números nas costas mas a cor das botas. No entanto, considero esta diversidade de cores (e de patrocínios com retorno) um assunto que deveria ter regras estritas. Afinal, a cor das chuteiras faz tanto parte do equipamento como a cor das meias ou a gola da camisola. Para estas não se concebe a possibilidade de jogadores da mesma equipa usarem cores diferentes.
Não deixa de ser contraditório que os organismos que supervisionam o futebol imponham que se dê um cartão amarelo a quem, na excitação de um golo marcado, tira, por segundos, a camisola, como se a festa do futebol fosse uma punição e, depois, deixem que as chuteiras sejam à vontade do freguês. Do freguês e das marcas de um mercado muito concorrencial.
No jogo com o Belenenses, creio que houve um jogador do Benfica que usou botas esverdeadas, o que é, clubisticamente, uma heresia. Para verde no Benfica já nos chegou o equipamento do Silvino, há muitos anos..."
Bagão Félix, in A Bola
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