"Voltou a ser manchete esta semana. Vítima de um acidente de viação aparatoso. Eusébio regressou à ribalta informativa, depois de quatro hospitalizações recentes que concitaram as atenções gerais e provocaram legítima apreensão no universo benfiquista. Eusébio não sofreu quaisquer consequências, tão-pouco necessitou de assistência numa unidade de saúde. Falei com ele, minutos depois do sinistro, advertido que fui por uma pessoa amiga acabada de receber a informação. Eusébio atendeu-me, tranquilamente, o telefone, explicou-me o sucedido e até não deixou de emprestar algum humor. Fiquei tranquilo e vim a fazer, por solicitações várias (jornais, rádios e televisões) algumas despesas de comunicação com o intuito de serenar as pessoas, particularmente aqueles que nutrem carinho pelo maior futebolista português de todos os tempos.
Nos dias subsequentes, continuei, amiúde, a ser questionado por muita gente, pública e anónima. Eusébio desperta, consabidamente, algo de muito especial nas pessoas ou não seja a figura mais emblemática do século XX português.
De férias no Norte, a escassos quilómetros da cidade do Porto, recordei um episódio que poderia ter alterado a expressão emocional que a vasta legião de adeptos do Benfica dispensam, com absoluta justeza, a Eusébio. No final dos anos 70, quando se encontrava numa situação de desemprego, após várias experiências no continente americano, José Maria Pedroto convidou Eusébio para integrar a estrutura técnica do FC Porto a troco dos maiores elogios e de um contrato irrecusável.
O objectivo era claro. Pretendia-se amarrotar emocionalmente o Benfica, subtraindo-lhe a sua (ainda hoje e, se calhar sempre) referência mais carismática. O que fez Eusébio? Recusou a proposta. Poderia valer tudo, jamais trair o seu Benfica. Para que conste."
João Malheiro, in O Benfica
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