"Fome é fome! Diremos todos; Há a fome que se mata e morre várias vezes ao dia, tirando ácido ao estômago e repondo sorrisos fartos. Há quem submeta a saúde à malnutrição da fast food. Há muito quem passe mal no recôndito das nossas cidades, nas noites dos idosos isolados, no profundo das aldeias empobrecidas, tais são os tempos que atravessamos.
Como nação viável e sociedade solidária que somos, vivemos estas as dificuldades do lado da esperança, cientes que consigueremos vencê-las. Mas basta descer a África para que 'Fome' encontre um novo significado, amplificado e de proporções hediondas. Ali é de Fome Negra que se trata, fenómeno de massa alimentado por milhões de dramas pessoais, vividos dia a dia, estômago a estômago.
Não é todos os dias que se ouve isto directamente das palavras do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o Eng.º António Guterres.
Mas foi exactamente isso o que ouvi na terça-feira em Genebra. Foi um privilégio chocante ficar a saber pelo ACNUR que no Mali há terras sem lei, entregues a si próprias, longe de qualquer acção protectora do Estado. Que nessas terras a seca produziu uma escassez de cereais tal que a fome se engana com rijas folhas de arbustos, cozidas até se tornarem mastigáveis. Ou, em alternativa, com bagas tóxicas, cozidas e recozidas vezes sem fim para extrair o veneno. Nenhuma das alternativas nutre nada, apenas baixa as dores da fome, adiando a morte. Urge agir, já! Por isso enche-nos de orgulho saber que o Sport Lisboa Benfica é sensível a isto e faz a sua parte, como pode e melhor sabe: jogando e proporcionando aos portugueses a oportunidade de contribuírem. Marcamos encontro na Luz dia 18 de Julho no jogo 'um gesto contra a fome'?"
Jorge Miranda, in O Benfica
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