"Um dos grandes ensinamentos que sempre retive do meu avô é que 'vozes de burro não chegam ao céu'. Vem isto a propósito do 'bate boca' que se instalou na Comunicação Social entre o treinador do Benfica e o 'menino' André Vilas-Boas. Parece que há uma estratégia concertada na comunicação do Porto. Tentam por todos os meios escamotear os reiterados favores das arbitragens, pois é urgente desviar atenções às grosseiras escandaleiras que se sucedem jogo após jogo e, por isso mesmo, sugeriram ao 'menino' Vilas-Boas para vir a terreiro atacar, indiscriminadamente, Jorge Jesus. Tal como o filho rebelde que se pretende emancipar, o treinador do Porto assume protagonismo, comportando-se antes como um vulgar dirigente, fazendo uma pressão inqualificável sobre as instâncias da justiça desportiva para punir terceiros por prática de actos que ele não viu e nem sabe porque aconteceram.
O que importa realçar é que a máquina comunicacional do Porto está a desvirtuar a mancha mediática do momento que é, ou deveria ser, os favores das arbitragens que acontecem domingo após domingo, e que no pretérito jogo de Aveiro teve mais um escandaloso episódio. Só não vê quem não quer. E escusa o senhor Vítor Pereira de vir, também ele, relembrar publicamente que o golo do Benfica obtido em Coimbra foi precedido de falta, porque o que está em cima da mesa é um assunto estrutural e não meramente de conjuntura. O Porto anda a ser 'levado ao colo' pelas equipas de arbitragem desde o início do Campeonato. E tem sido assim há muitos e muitos anos. E isto tem de ser denunciado, por muito que custe ao senhor Vítor Pereira e seus acólitos.
Para André Vilas-Boas deixo um conselho final: um treinador que se quer grande, que se quer emancipado, que se quer digno e respeitado não pode, nem deve, entrar por este caminho de discurso demagógico e truculento. Era bom que tivesse consciência do que diz mas, sobretudo, do que faz, para que um dia mais tarde não fosse apanhado na 'lama' das suas próprias palavras."
Luís Lemos, in O Benfica
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