"E que tal o Benfica que defrontou o Rio Ave? Deu ou não para recordar alguns dos melhores nacos de bola que a equipa exibiu na temporada passada? Houve momentos de esplendor, momentos de sedução. Houve excelentes movimentações ofensivas, houve mais desequilíbrios, mais soluções. Foi frente ao Rio Ave? E não se bateu com galhardia e competência a turma de Vila do Conde? A ultima exibição do ano transmitiu confiança. Fez aproximação ao verdadeiro Benfica, ao Benfica por que anseiam os adeptos. Hegemónico, luzidio, goleador. Será para continuar? Só pode ser para continuar. Mais do que isso, só pode ser para melhorar. Mais do que a técnica ou táctica, talvez que a crise que passou tenha sido sobretudo emocional.
Com a aproximação ao perfeito, com o apoio incondicional doa aficionados, com acréscimo de firmeza, com suplemento anímico, tudo reunido, algo que só boas vitórias podem trazer, o grande Benfica estará de volta, a tempo ainda de averbar conquistas importantes na época em curso.
Paradoxalmente, o Pai Natal, na presente edição da Liga nacional, apareceu muito antes de Dezembro, trajado de azul... e branco. Que dizer dos benefícios que o FC Porto tem tido? E dos prejuízos do nosso Benfica? Caso imperasse a justiça e a isenção, não estaria o Benfica praticamente ao líder na pauta classificativa? Devolva-se, então, o vermelho ao pai Natal, de resto a sua cor genuína. Com uma recomendação apenas, a de que não são precisos favores, não são precisas prendas, só se exige equilíbrio nas decisões."
João Malheiro, in O Benfica
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