"No passado fim-de-semana, na Mata Real, lá vimos mais um. Desta vez foi o Artur Soares Dias, mas podia ter sido um dos outros, um daqueles que continuam a perpetuar um cortejo que já vai longo. Há quase trinta anos que os vemos: António Garrido, José Silvano, José Pratas, Martins dos Santos, Miranda de Sousa, Carlos Calheiros, Jacinto Paixão, José Guímaro, António Costa, Paulo Costa, Donato Ramos, Fortunato Azevedo, Augusto Duarte e tantos outros Coroados da vida. Coitados, o destino não lhes dá tréguas.
E nós, adeptos, lá vamos protestando num diálogo inútil com um poder bafiento, ultrapassado e que recentemente, ao enlamear o nome do juiz Ricardo Costa, fez o funeral ao último resquício de dignidade que por lá andou. E enquanto a dignidade não volta, apercebemo-nos de que já se vai preparando um qualquer Paulo Costa para se atirar aos destinos da arbitragem, quando esta passar a ter coutada e feudo na publicamente inútil Federação Portuguesa de Futebol. E tudo continuará como tem sido: com a fina ironia a manifestar-se nos intervalos da generosa missão de receber árbitros em casa nas antevésperas dos jogos.
E não, isto não é um lamento nem uma revolta – já lá vão esses tempos – é apenas a garantia de que só nos vencem no dia em que baixarmos os braços, no dia em que desistirmos. Até lá, é derrotado o futebol e são derrotadas as instituições que deveriam garantir a justiça; é derrotado Portugal e são derrotados os portugueses que aceitam servilmente este jugo hipócrita. Derrotados nunca serão os que não desistem, porque podemos andar de cabeça erguida e olhá-los nos olhos, enquanto vemos passar este cortejo de indecentes disfarçados de penitentes."
E nós, adeptos, lá vamos protestando num diálogo inútil com um poder bafiento, ultrapassado e que recentemente, ao enlamear o nome do juiz Ricardo Costa, fez o funeral ao último resquício de dignidade que por lá andou. E enquanto a dignidade não volta, apercebemo-nos de que já se vai preparando um qualquer Paulo Costa para se atirar aos destinos da arbitragem, quando esta passar a ter coutada e feudo na publicamente inútil Federação Portuguesa de Futebol. E tudo continuará como tem sido: com a fina ironia a manifestar-se nos intervalos da generosa missão de receber árbitros em casa nas antevésperas dos jogos.
E não, isto não é um lamento nem uma revolta – já lá vão esses tempos – é apenas a garantia de que só nos vencem no dia em que baixarmos os braços, no dia em que desistirmos. Até lá, é derrotado o futebol e são derrotadas as instituições que deveriam garantir a justiça; é derrotado Portugal e são derrotados os portugueses que aceitam servilmente este jugo hipócrita. Derrotados nunca serão os que não desistem, porque podemos andar de cabeça erguida e olhá-los nos olhos, enquanto vemos passar este cortejo de indecentes disfarçados de penitentes."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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