"Chegaram várias caras novas, mas nenhuma tão importante
O Benfica já contratou vários jogadores este verão e as movimentações não acabaram.
Entraram na Luz os médios Enzo Barrenechea e Richard Ríos, os laterais Dedic e Obrador, o ponta de lança Ivanovic e, logo na reabertura da janela para transferências, o defesa Samuel Dahl, que já estava no clube desde janeiro por empréstimo da Roma. Os encarnados estão a fazer aposta forte para construir um plantel capacitado para transformar em sucessos as mágoas que transitam da temporada passada. Continuam muito ativos e até final de agosto os adeptos podem esperar mais reforços.
Mas creio que nenhum tem, ou algum que ainda chegue possa ter rapidamente, o peso e a importância daquele que foi garantido ainda em junho, quando a equipa estava nos Estados Unidos da América a competir no Mundial de Clubes: Nicolás Otamendi.
O defesa-central e capitão da equipa simboliza e, mais importante, aos 37 anos (38 em fevereiro), ainda representa em campo, uma era de estabilidade e competitividade no Benfica, desde que assinou vindo do Manchester City, em 2020/21. Otamendi é um pilar que transita dos últimos anos, um dos estrangeiros mais marcantes da história do clube.
Na época passada chegou aos 53 jogos, com oito golos e quatro assistências; com a camisola das águias, tem 234 jogos, 233 como titular! Sempre com a braçadeira de capitão no braço. Em campo continua a ter um rendimento elevadíssimo, anormal para a idade, e no balneário é ele quem liga o passado com o presente, sem que alguém se sinta sequer legitimado a questionar essa autoridade.
Muitos podem argumentar que a renovação com o argentino representa um esforço financeiro grande, que ao mesmo tempo pode ter condicionado a atuação do clube neste mercado, que poderia, ou deveria, contratar outro jogador forte para a posição, de forma a garantir o futuro próximo. Mas acho que todos concordarão que avançar para uma nova época, ainda por cima com tantas mudanças no plantel, seria uma coisa com Otamendi e outra sem ele. Basta ver imagens dos treinos, os vídeos que o Benfica partilha, os momentos antes, durante e depois dos jogos, para se perceber a influência que o argentino tem sobre outros mais jovens. Principalmente os sul-americanos, e entraram mais alguns.
Garantir a continuidade de Otamendi terá sido, acredito, um alívio para Bruno Lage, o treinador, para Rui Costa, o presidente, e para o Benfica. Mas uma época passa a correr.
O Benfica tem de começar urgentemente a preparar a sucessão. Não se trata só de substituir um central, Otamendi não é, claramente, mais um.
O Benfica terá de encontrar alguém com perfil para reunir tudo aquilo que uma equipa precisa:rendimento e personalidade. Um bom projeto só evolui se tiver referências, pilares. Qualidades que não se compram, cultivam-se."

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