"Não sei o que mais me intriga: o silêncio nas vitórias ou o chinfrim nas derrotas. Tenho andado a pensar nisso, e não pode ser apenas uma triste coincidência. Quando a principal equipa masculina de futebol do Sport Lisboa e Benfica entre em campo e vence, a reação de alguns benfiquistas é quase silenciosa, pouco efusiva, como se fosse uma 'obrigação' vencer tudo e todos. Não é obrigação, tem de ser um objetivo constante de quem veste a nossa camisola, mas permitam-se dizer bem, caramba.
Ou mesmos que são comedidos nos elogios perdem logo a humildade quando se empata ou perde. Não se mostraram demasiado eufóricos com as goleadas a Atlético de Madrid e FC Porto, nem com a superioridade sobre o SC Braga na Taça da Liga ou a excelência a atitude da equipa perante o FC Barcelona na (até aos 75 minutos e à roubalheira que se seguiu!), mas quando surge um empate ou uma derrota, como a incompreensível perante um Casa Pia bem montado, já está tudo mal no reino vermelho. Não consigo entender. Ou talvez até consiga, mas não quero acreditar que algum benfiquista possa 'torcer' por uma falha para poder atacar jogadores, equipa técnica, direção e presidente.
Parece que tem sempre tudo que ver com timings, com posicionamentos mediáticos e políticos, com preparar o terreno para as vagas que possam surgir no futuro. O argumento é quase sempre o mesmo: quem crítica é porque ama mais o Clube do que os restantes, em especial se os restantes trabalharem para o SLB. Não ando aqui para medir virilidade, só pode apoiar - sempre - quem veste as nossas cores e respeita os nossos valores."
Ricardo Santos, in O Benfica
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