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terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Mas qual Enzo?


"O futebol é um desporto coletivo. Salvo raras excepções (Maradona, Pelé, Eusébio e mais dois ou três), um jogador sozinho não decide títulos. Os artistas ajudam, claro, mas as equipas valem pelo seu todo. E o Benfica de Roger Schmidt é um bom exemplo.
Estrelas, no nosso clube, são os 60 mil que se sentam nas bancadas. Esses, sim, são imprescindíveis. Para eles não ha cláusulas de rescisão.
Os profissionais ficam ou partem. Uns deixam boas memórias e permanecem na história pelos títulos conquistados, ganhando, para sempre, o carinho dos adeptos. Outros deixam apenas dinheiro e indiferença. No Benfica só interessa quem está, quem quer estar, e estes já deram mostras de merecer toda a nossa confiança. Como li num jornal desportivo, em campo temos agora uma equipa inteira a bater no emblema. E é assim, com esse espírito, com essa união, com essa mística, que vamos atingir os sucessos.
No jogo com o Casa Pia, brilhou João Mário - que bisou pela segunda jornada consecutiva. Mas deixem-me destacar Chiquinho, que está perante o maior oportunidade da sua carreira profissional, e parece firmemente empenhado em agarrá-la. Depois de várias temporadas sem encontrar espaço, limitando-se a tapar buracos ocasionalmente, descobriu enfim, com Roger Schmidt, a posição onde rende mais. Tem tudo para se tornar titular absoluto no meio-campo, e fazer esquecer por completo quem o antecedeu no onze.
Os fantasmas do pós-Mundial estão afastados. Levamos seis vitórias e um empate nos últimos sete jogos. A instabilidade causada pelo mercado terminou. Estamos na frente, e a Champions regressar em boa hora."

Luís Fialho, in O Benfica

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