"Ao contrário do que seria esperado, ou melhor, desejável, não têm sido os jogos, alguns com jogadores bem conhecidos, o centro da notícia, mas sim os inusitados acontecimentos que se têm sucedido
Está neste momento a decorrer a CAN ou seja o Campeonato Africano das Nações ou Taça das Nações Africanas (como lhe quiserem chamar ). Para os mais distraídos ou para aqueles que não ligam tanto a futebol, esta importante competição é o equivalente ao Campeonato da Europa só que no continente africano e com as respetivas seleções. Ao contrário do que seria esperado, ou melhor, desejável, não têm sido os jogos, alguns com jogadores bem conhecidos, o centro da notícia, mas sim os inusitados acontecimentos que se têm sucedido e que bem poderiam figurar num qualquer almanaque de comédia, não tivesse a incapacidade para produzir eventos desta monta, redundado em tragédia. Contabilizam-se 8 mortos e dezenas de feridos, esmagados enquanto 50 mil pessoas tentavam forçar a entrada num Estádio Olembe em Yaundé (capital dos Camarões) com poucas condições de segurança que pudessem proteger o seu perímetro, no jogo referente aos oitavos de final entre a seleção da casa e a sua congénere das ilhas Comores.
Dentro e fora de campo, esta tem sido a prova do incrível, fazendo lembrar a Lei de Murphy onde tudo o que pode dar errado, tem dado e da pior forma possível. Começou com um jogo que foi interrompido pelo árbitro aos 86 minutos (quando um desafio tem no mínimo 90m mais os descontos por tempo perdido), foi reatado após ter sido alertado do sucedido e o mesmo voltou a dar por terminado 1 minuto antes do tempo, perante a revolta da equipa técnica da Tunísia.
A Confederação Africana de Futebol acabaria por dar conta da entrada do árbitro no hospital, após o jogo, tendo sido assistido por uma suposta insolação que lhe teria tirado a concentração. A seleção de Cabo Verde queixou-se de uma intoxicação alimentar que terá afetado a preparação do jogo que viria a perder com o Senegal, surto que terá afetado 12 jogadores, assim como a Gâmbia, instalada no mesmo hotel.
No jogo entre a Mauritânia e a Gâmbia a organização errou não uma, nem duas mas três vezes o hino da Mauritânia. Perante a incredulidade dos presentes o próprio “speaker” do estádio para evitar um quarto embaraço, pediu aos jogadores para cantarem o próprio hino sem música de fundo. Mas não ficamos por aqui. Nesse mesmo jogo que terminou em desastre, a seleção das Ilhas Comores (para quem não conhece, fica bem perto da costa moçambicana) não tinha qualquer guarda-redes disponível devido à covid e teve que improvisar colocando um jogador de campo à baliza, que utilizou uma camisola remendada para que o seu equipamento fosse diferente do dos colegas de equipa. Entretanto, o selecionador do Malawi acusou a organização de tratamento desigual, chegando ao ponto de dizer que as seleções menos fortes estavam a competir sem o mínimo de condições, tendo que chegar ao cúmulo de lavar as próprias cuecas, colocando-os em arbustos a secar.
Fica por saber o que de mais surpreendente ainda nos reserva a competição, uma vez que ainda não chegou ao fim. É tempo para pensar na capacidade para organizar este tipo de eventos sob pena da imagem que fica para o mundo ser a de uma total ausência de organização. Uma autêntica facada na credibilidade de um continente maravilhoso que muitas vezes não tem tido a sorte de ter dirigentes à sua altura.
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