"Jogo repartido mas em alta rotação, em especial na segunda parte: muita qualidade
Boas entradas
1. Foi um jogo muito interessante, um pouco à imagem das expectativas: o Vitória foi discutir o jogo à Luz. Entrou melhor no encontro do que o Benfica, foi melhor na primeira parte, embora a partir dos 20 minutos o jogo passasse a ser um pouco mais repartido: o Benfica ajustou posicionamento, aumentou a intensidade da pressão, deixou de ser tão fácil ao Vitória chegar ao último terço de terreno. Na segunda parte, o Benfica foi melhorando sempre um pouco mais, sempre em crescendo.
Encarnados em crescendo
2. Para a melhoria de rendimento do Benfica, creio que foi determinante, numa primeira instância, a alteração no posicionamento de Gedson, para dentro, a vir para o corredor central: trouxe mais pressão na zona e mais critério na circulação de bola. A primeira decisão de Bruno Lage em tentar melhorar o jogo foi, pois, bem conseguida. E depois as substituições. A entrada de Gabriel teve impacto no jogo. Nota-se que ainda vem um pouco lento e um bocado preso. Mas com o seu posicionamento, o Benfica deixou de ter dois jogadores na mesma linha, a queimarem linhas de passe, e passou a ter dois jogadores, Gabriel e Taarabt, em alturas distintas, a controlar melhor as operações no meio. Os seus passes quebraram as linhas de pressão do Vitória e aumentaram ritmo ao jogo, já depois de Rafa, ao ser lançado no jogo, acelerar a velocidade e permitir ao Benfica flanquear o jogo pelos corredores laterais. Estas foram as chaves para o aumento gradual de rendimento do Benfica.
Um encontro bem entretido
3. O empate como resultado final aceita-se, pelo que foi acontecendo no jogo, mas creio que não escandalizaria ninguém se o Vitória tivesse chegado ao golo antes do Benfica: teve, na realidade, excelentes ocasiões de golo. Tenho pena que não tenha havido golos: só faltaram, mesmo os golos. Mas houve duas equipas que quiseram ganhar neste 0-0, que, ao contrário do que sugerem os números, foi um bom jogo. Normalmente, quando há um nulo costuma ser sinónimo de receios e atitude mais conservadora, mas não: foram duas equipas a jogar no risco e a tentar chegar ao golo, e arriscar tudo, bem como os seus técnicos. O que redundou num espectáculo bem entretido. Ivo Vieira também deu, sempre, indicações de querer aumentar a qualidade e ir à procura do domínio. E Lucas Evangelista, que lançou para o encontro na segunda parte, é jogador muito talentoso.
Qualidade sempre a subir
4. Confirmaram-se boas indicações do V. Guimarães, já com 15 jogos esta época. Tanto os minhotos como o Benfica - cuja defesa foi muito previsível na primeira parte, e com dois médios muito juntos, permitiu pressão eficaz ao Vitória - alteraram os onzes e não diminuíram a qualidade do jogo: antes aumentaram-na."
João Carlos Pereira, in A Bola
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