"É facto comprovado que não há jogadores imprescindíveis no Sport Lisboa e Benfica. Só houve um que quase atingiu tal desiderato e como tal, tem uma estátua à frente da Catedral. Existiram contudo jogadores, que na despedida me deixaram com a voz descarrilada, como acredito, à maioria dos Benfiquistas. A traição interna que nos chutou os ídolos de juventude Isaías e Paneira porta fora ou o ignóbil e injusto pontapé no cú do Menino de Ouro JVP, tiveram em mim o amargo sentimento de ver do limite do pontão, um filho partir embarcado para a guerra, que nem a euforia de ver Paulo Pereira e Derley escorraçados do Maior do Mundo conseguiu mitigar.
Seria de esperar que a transferência de João Félix me deixasse, ora triste pela perda de um talento ora em folia pelo valor da transacção. Mas na verdade este negócio apenas me provoca depressão e aguda, tanta que de há uma semana a esta parte que tento escrever sobre ela e não consigo. Tento, à força toda entrar em vagões de infelicidade ou em carruagens de festa e não consigo. Deprime-me saber que o Benfica não tem capacidade para segurar um jogador em primeiro ano de sénior, com 5 meses a titular, 74 minutos de Liga dos Campeões e cláusula de rescisão de 120 milhões.
Que bem se entenda, já nem quero saber se o jogador fará falta na próxima temporada. O que realmente importa aqui é que desde ontem ficamos condenados a ser um clube periférico na Europa. Não há como segurar talento. Qualquer magarefe que dê dois pontapés na bola bem medidos, evapora-se das nossas vistas em meio ano, deixando camisola vaga para um outro aprendiz ou já sénior menos dotado. E que se desenganem os mais incautos: o dinheiro pode jorrar das pias do futebol europeu em direcção ao Estádio da Luz, que isso pouca influência terá nos nossos plantéis que se pretendem de olhos postos na Europa. Os que aceitam vir para Portugal, são os que contratamos agora por 5 ou 10 milhões. Os que estariam ao alcance com grandes entradas de dinheiro, afastam-se pelo baixo nível do campeonato que ninguém parece interessado em valorizar.
Há 10 anos, ganhar campeonatos em Portugal era o principal objectivo. Entretanto com uma hegemonia que parece claramente ganha (são 10 anos sem sair dos 2 lugares do topo da classificação), seria tempo de dar o salto qualitativo além fronteiras. Futurologia é sempre um risco, mas não o vamos dar. Quando Rúben estiver em ponto rebuçado vai embora, quando Ferro for o patrão defensivo sai, quando Florentino for Florentino alguém o compra, quando Jota se afirmar vai de viola. João Félix explica: "não há cláusulas algumas que os segurem por cá"."
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