"Esta sexta-feira, lá ia o escritor, todo lampeiro na sua gabardine à Colombo, com o seu chapéu à Groucho Marx, para pegar no carro e - ups, carro de grilo. Roubado? Rebocado? É verdade. O bólide familiar do cronista que daqui vos fala tinha sido levado pela empresa-municipal-dos-carros-mal-estacionados para um parque num sítio com a vaga designação de "Entrecampos". Recuperá-lo, era facílimo, supersimplex: bastava eu perder o tempo da viagem e separar-me de um chimbalau de euros. Claro que o escritor não tem nada que se queixar. Estacionou o veículo em lugar impróprio, é certo que pague as consequências. Por outro lado, já estou como o outro: onde é que queriam que eu parasse o raio do automóvel, meus senhores, em cima da cabeça? Na noite anterior, regressando ao meu bairro como um funcionário exemplar, descubro que não há lugares. Nem dos reservados aos residentes, nem dos outros - nada. Quando encontrei uma nesga onde arrumar a carripana, quase me pus a cantar aleluias. Milagre, milagre! Era em cima de um passeio, pois, mas não causava mossa a ninguém... Enfim, perdoem-me o desabafo rodoviário.
O que queria dizer é que imagino bem como se sente Alfa Semedo.
Que Ferreyra e Castillo sejam rebocados para fora da Luz, faz sentido, nunca mostraram qualidade à Benfica. Mas... Alfa?! Nos breves minutos que lhe foram dados, o guineense esteve sempre à altura. Duas ou três vezes, esteve ainda acima disso e trouxe aquele extrazinho que resolve jogos. Não tenho nada contra o grego e o luso-brasileiro que Lage gosta de ver no miolo, mas Alfa, de olhos fechados e ao pé coxinho, é melhor do que qualquer um deles. Enfim..."
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