"Custou e ainda custa a digerir aquela derrota. Assim como o desaire caseiro de há dois anos frente ao Sporting ou o infortúnio de 2013 no Dragão. Tal como o fiasco deste ano na Liga dos Campeões, a eliminação em Dortmund na época passada e o afastamento aos pés do Bayern há duas. Bem como as duas finais da Liga Europa. E ainda o empate em Barcelos em 2014, a igualdade no Bonfim em 2010 ou a derrota com o Bétis no Torneio do Guadiana em 2004. Todo o qualquer insucesso do Benfica dói e corrói.
Porém, não compreender - ou nem sequer esboçar uma tentativa - que a infelicidade faz parte da caminhada é desconhecer a própria história do Benfica. Para os cobardes que se amedrontam, a agonia será continua. Para os corajosos que souberam enfrentá-la será apenas passageira.
Consoante a sua trajectória, a bola de futebol tem o condão de transformar estados de espírito - o que é perfeitamente natural. Já não entendo tão pacificamente que uma bola ao poste, para o bem e para o mal, seja capaz de suscitar levianas avaliações.
Sem o golo do Herrera, a entrada do Samaris teria sido astuta para fornecer músculo ao meio-campo; com o golo do Herrera, a entrada do Samaris passou a palermice. Se o golo do Herrera, o falhanço do Pizzi teria sido uma soberana oportunidade, embora de exigente execução; com o golo do Herrera, o falhanço do Pizzi passou a desperdício do ano que até o Hernán Barcos teria marcado.
Tagarelar já depois do resultado feito é fácil. Por isso é que não faltam especialistas por essas bancadas fora. Deveras complicado é tornar opções na hora. No meio do mundo da subjectividade há uma certeza incontestável: quem nunca decide nunca falha."
Pedro Soares, in O Benfica
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