"Todos os grandes Impérios caíram em virtude das suas divisões internas, tricas, invejas, ódios, ambições, guerras de poder!
O Império Romano, na maior parte da sua história, o seu poderio militar era invejado pelo resto do mundo antigo. Amparado na insatisfação popular, em virtude do rigor excessivo das leis e da alta carga de impostos, o Senado - à época, um corpo de conselheiros - iniciou um movimento rebelde contra a monarquia. Após manobras políticas, em 509 A.C. os senadores destronaram o Rei Tarquínio, o Soberbo, que tencionava diminuir o poder do conselho.
Começa a república, sob a direcção do primeiro cônsul de Roma, Lúcio Bruto. Vê-se desde logo que uma grande república que deu origem a um grande Império começou com a insatisfação popular e com um conjunto enorme de tricas e traições. Ainda hoje é assim, e a história foi toda assim!
Mas depois veio o seu declínio. A imagem das outrora poderosas legiões começou a mudar. Incapaz de recrutar soldados suficientes de cidadania romana, imperadores como Diocleciano e Constantino começaram a contratar mercenários estrangeiros para engrossar as suas fileiras. As legiões, eventualmente, encheram-se de germânicos godos e outros bárbaros, tanto assim que os romanos começaram a usar a palavra latim 'barbarus' no lugar de 'soldado'. Enquanto esses soldados provaram ser guerreiros ferozes, ao mesmo tempo não tinham lealdade ao Império, e os seus oficiais, sedentos por poder, voltavam-se muitas vezes contra os seus empregadores romanos. De facto, muitos dos bárbaros que saquearam a cidade de Roma e derrubaram o Império do Ocidente conquistaram as suas patentes militares enquanto serviam em legiões romanas.
Para Talleyrand-Périgord, ministro das Relações Exteriores de Napoleão Bonaparte, 'traição é uma questão de datas'. Talvez por isso, Talleyrand não só tenha abandonado o imperador mas também mudado radicalmente de lado. Numa época em que a França espalhava pela Europa os princípios da revolução, ele organizou a deposição de Napoleão e a volta dos Bourbons para restaurar a monarquia.
Judas Iscariote não traiu 'simplesmente' uma pátria, um partido ou uma ideologia. O mais famoso traidor da história é até hoje lembrado como o sujeito que deu uma rasteira no filho único do Todo-Poderoso. E pior: segundo a Bíblia, Judas entregou Jesus Cristo aos soldados romanos em troca de miseras 30 moedas de prata. Arrependido, o apóstolo tentou devolver o dinheiro e voltar atrás, mas já era tarde. Cristo foi crucificado, e Judas, culpado suicidou-se."
Pragal Colaço, in O Benfica
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