"Quando se transforma um jogo de futebol num espectáculo desportivo passamos a ter mais um objectivo -satisfazer o público. Passamos a jogar também para os espectadores. Aumentamos as responsabilidades de todos os intervenientes. Não perdemos nenhum dos outros objectivos, com destaque para jogar bem e vencer o adversário, este o primeiro objectivo desde que se começa a jogar na escola primária.
O gosto pelo jogo é, pois, fundamental para que se jogue bem. O espírito competitivo deve ser incentivado na mesma proporção que o respeito pelos adversários. No futebol profissional jogamos por nós e para o público. Os espectadores são fundamentais para o sucesso de uma equipa e da competição. Formar jogadores mais completos ajuda a formar melhores espectadores futuros. Como tal, o processo de formação, num clube profissional, deve assumir frontalmente que este tem como objectivo fundamental a preparação qualitativa e quantitativa de jogadores que possam dar o seu contributo ao futebol profissional. Poucos chegarão a este patamar, contudo o entendimento do jogo será absorvido por todos. Não é um objectivo único, porque a prática do futebol e um processo de formação escolar nunca deixarão de estarem presentes. A transmissão de valores, desportivos e humanos, próprios dos jogos colectivos, complementam todo o processo.
A Federação está a dar passos seguros em matéria de certificação dos clubes formadores, compete-nos a todos perceber que também temos que jogar para o público e com público. Não para o público televisivo. Este está a ser um calcanhar de Aquiles do futebol profissional em Portugal. Importa analisar o problema de fundo, porque um jogo de uma competição profissional é para os adeptos. Sem público não ganha o jogo, nem a competição, nem a televisão. Temos de fazer tudo para levar público aos estádios. Tudo!"
José Couceiro, in A Bola
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