"Tinha um Jaguar com chofer, usava brinco de diamantes e preferia a roupa justa ao aborrecido fato. Era 'o Maior'.
Falar de Vítor Baptista é falar de um homem rebelde, por vezes insolente e quase sempre controverso. Mas é também falar de um jogador cheio de talento, com grande qualidade técnica e um remate próximo do de Eusébio. Apelidado de excêntrico, compensava dentro das quatro linhas as polémicas em que se envolvia fora delas.
No Benfica esteve sempre envolvido em 'casos' e histórias mais ou menos polémicas. Em 1971, após a transferência do V. Setúbal para o Benfica, a maior do futebol português na altura, comprou um Jaguar com serviço de chofer para o levar aos treinos. E em 1976 auto-intitulou-se o melhor jogador português. 'É a minha opinião. Ninguém pode levar a mal'. Uma opinião controversa que lhe valeu a alcunha de 'o Maior' até ao fim da vida.
Sobressaía pela forma como se expressava e como se vestia. Provavelmente inspirado em Maurice Gibb, o mais alto dos Bee Gees, chegou a aparecer no aeroporto, na véspera de um jogo da Taça dos Campeões Europeus, com sapatos de tacão alto, calças de ganga e camisa justa, quando todos os outros estavam de fato. Mortimore ficou petrificado e disse-lhe que assim vestido não ia a lado nenhum, mas graças a Toni, que pôs água na fervura e um sobretudo nos ombros do colega, lá seguiu viagem.
De todas as polémicas, mais célebre é a do mítico jogo frente ao Sporting, em 1978. Aos 53 minutos dominou a bola com o peito e rematou à baliza. O golo resolveu o encontro. Mas em vez de festejar, levou as mãos à cabeça e ficou de olhos presos no chão. O brinco! Durante longos minutos procurou aquela peça única de ourivesaria que ficaria para sempre perdida no relvado da Luz. Bem vistas as coisas, tinha perdido dinheiro a trabalhar: 'Se custou 12 contos e o prémio do jogo é apenas de 8... foi uma quebra grande para mim'. Dias depois, exigiu ao Benfica 650 contos para renovar o contrato. O Clube ofereceu-lhe 450. Impulsivo, regressou ao V. Setúbal alegando que as condições eram 'muito melhores'. Assinou por apenas 100 contos por mês.
De todas as polémicas, mais célebre é a do mítico jogo frente ao Sporting, em 1978. Aos 53 minutos dominou a bola com o peito e rematou à baliza. O golo resolveu o encontro. Mas em vez de festejar, levou as mãos à cabeça e ficou de olhos presos no chão. O brinco! Durante longos minutos procurou aquela peça única de ourivesaria que ficaria para sempre perdida no relvado da Luz. Bem vistas as coisas, tinha perdido dinheiro a trabalhar: 'Se custou 12 contos e o prémio do jogo é apenas de 8... foi uma quebra grande para mim'. Dias depois, exigiu ao Benfica 650 contos para renovar o contrato. O Clube ofereceu-lhe 450. Impulsivo, regressou ao V. Setúbal alegando que as condições eram 'muito melhores'. Assinou por apenas 100 contos por mês.
Em 1998, a trabalhar como jardineiro no cemitério de Setúbal, guardava apenas dois troféus da sua carreira de futebolista: o de um torneio em Madrid e o de um jogo com o Bayern. Os dois conquistados ao serviço do Benfica.
Pode saber mais sobre 'o Maior' na área 22 - De águia ao peito, no Museu Benfica - Cosme Damião."
Marisa Furtado, in O Benfica
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