Últimas indefectivações
sábado, 31 de dezembro de 2016
Cadomblé do Vata
e"1. Acabamos o ano com o recorde de 44 vitórias... curiosamente é o mesmo número de dentes que eu mostro durante a gargalhada que dou de cada vez que me lembro que havia quem achasse que o clube que sobreviveu a Damásio, Artur Jorge, Vale e Azevedo e Souness se ia esbardalhar todo com a saída de um treinador.
2. Durante este ano, o SLB ganhou com jogadores lesionados, castigados, vendidos, amuados, etc... foi tipo sem mãos, sem pés, de olhos vendados, a fazer o pino e com o Celis a titular.
3. Com o golo de ontem, Cervi conseguiu facturar em 5 competições diferentes... sei de alguém que vai passar o Ano Novo chateado por o SLB ter falhado o "apuramento" para a Liga Europa.
4. Passamos 2 semanas de depressão a pensar que vamos perder o Lindelof... depois vemos jogar o Jardel e pensamos: ainda bem que não desmarquei a Passagem de Ano.
5. O guarda redes do Paços disse, no final de um jogo em que a sua equipa fez 1 singelo remate à baliza de Ederson, que o pessoal da Capital do Móvel tinha feito uma boa exibição... arrisco dizer que ele joga no Paços de Ferreira mas gosta mais do Porto Ferreira."
Acaba um ano de mesa farta
"Uma crónica de final de ano não pode deixar de sublinhar um 2016 com uma Taça da Liga de entrada, com a conquista do 35.º Título de Campeão Nacional como menu principal, e uma Supertaça de sobremesa.
Acabamos um ano de mesa farta e bem gostoso. Três títulos num ano, foi excelente.
Mas foi também um ano que nos projectou em 2017 na liderança do Campeonato Nacional, na maior prova europeia de clubes e nas duas taças existentes no nosso futebol.
Nenhum Benfiquista termina 2016 que não seja com um sorriso pelo conquistado e a alma cheia de ilusão para novas conquistas.
Temos ganho muito, mas é o futebol que nos anima, por isso nas mensagens de Natal e Ano Novo vários amigos terminam com «e em Maio no Marquês».
Falta muito, o caminho é difícil e ainda não chegou a meio, teremos que ser prudentes e competentes para lá chegar, mas ânimo, ambição e determinação não podem faltar.
Melhor situação para começar o ano era difícil. Terça-feira com o Vizela começa o futuro.
Ontem, na Luz, mais de 30 mil assistiram ao início de uma caminhada com o objectivo de ganhar outra Taça da Liga. Não foi um grande jogo, nem um resultado volumoso, mas comparado com alguma concorrência dir-se-ia que foi um luxo. Temos adversários a achar que goleámos...
Estamos condenados a sofrer para vencer e nem na Taça da Liga é diferente.
Em 2016 ninguém na Europa ganhou mais do que nós, 44 vitórias, quase todas difíceis e sofridas. Agora que venha um Ano Novo com títulos no futebol e nas modalidades, porque só assim será verdadeiramente um grande 2017!"
Sìlvio Cervan, in A Bola
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Fácil !!!!!!!!
Benfica 69 - 56 Corruptos
16-12, 22-15, 16-16, 15-13
Depois de um mês de Dezembro com várias derrotas (internas e europeias) esta vitória era essencial... a aparente facilidade como ganhámos, ainda torna mais frustrante a actual situação na Liga, onde após duas vitórias sobre os Corruptos, estamos em igualdade pontual!!!!
Um dos segredos da vitória de hoje, foi por incrível que pareça: o colectivo!!! Ao contrário do que costuma ser habitual, não dependemos de 1 ou 2 jogadores para marcar cestos... Além disso defensivamente, estivemos bem... com os Corruptos desta vez, a marcarem somente 3 Triplos (quando noutros jogos, 'só' marcavam Triplos)!!! E até fizemos mais assistências, algo muito raro contra qualquer adversário!!!
O Lonkovic voltou a provar hoje, que merece mais minutos...
Agora, na Terça-feira, temos jogo na Sibéria!!! Talvez o encontro oficial do Benfica (em qualquer modalidade colectiva), mais longe de Lisboa...!!! Vamos ver se não vamos ter consequências nos jogos da Liga (vamos a Ovar na próxima jornada)... porque apesar da vitória de hoje, se quisermos garantir o 1.º lugar, não temos margem de manobra!!!
Vitória em Coimbra
São João 1 - 2 Benfica
Não foi um bom jogo, mas mesmo assim merecíamos ter ganho mais confortavelmente. O Elisandro fez um autêntico 'tiro ao boneco' durante toda a partida... inacreditável o numero de remates, que não deram golo... Mas a bola simplesmente não entrava!!!
A equipa está a defender melhor neste tipo de jogos, os nossos guarda-redes já não 'levam' com jogadores isolados constantemente, mas ofensivamente, estamos demasiado previsíveis, com demasiada insistência nas jogadas individuais...
O resultado foi feito na 1.ª parte e com a vantagem mínima acabámos o jogo a sofrer... Já agora, aqueles dois remates perigosos do São João no último minuto, são fruto de descarado bloqueio faltoso não assinalado, no 5x4... demasiado evidente, para ninguém ter visto!!!
Viva o Benfica!
"O ecletismo é um dos eixos fundacionais do Sport Lisboa e Benfica e o seu propósito passa unicamente, em termos desportivos, por ganhar títulos. Deixamos orgulhosamente eventuais vitórias morais para os outros e procuramos granjear as condições que nos garantam competitividade em todas as equipas que nos representam. Neste sentido, 2016 foi um ano muito bom.
Até no andebol, em que desde há vários anos nos víamos arredados da luta por títulos, saímos vitoriosos da segunda competição nacional e estivemos a poucos segundos do regresso ao título de campeão nacional, além da presença meritória numa final europeia.
Porém, apesar do retumbante sucesso no atletismo, futebol e hóquei em patins e da superação de expectativas no andebol, os fracassos nos campeonatos nacionais de basquetebol, futsal e voleibol impedem 2016 de figurar na galeria dos anos perfeitos. Claro que tal galeria, temos de admirar, é inexistente no mundo real. Pertence à utopia benfiquista, capítulo 'pleno das conquistas', que só ao Benfica é permitido almejar em Portugal. Não duvidemos, se há clube português que alguma vez conseguirá conquistar os sete campeonatos nacionais destas modalidades num ano, só poderá ser o Benfica. Não sei quando ou sequer se acontecerá, mas alegra-me saber que nenhum outro clube desta envergadura.
O Benfica é um clube único, diferente porque é inimitável, o maior porque todos os indicadores o confirmam e o melhor porque tem sabido explorar as suas forças. Nem sempre foi assim no passado, nunca o esqueçamos. Não somos os maiores e os melhores por direito divino. Somo-lo porque fazemos por isso.
Um excelente 2017 para todos os benfiquistas!"
João Tomaz, in O Benfica
Um ano em cheio
"Não há como começar qualquer balanço do ano de 2016 sem lembrar, desde logo, o tão inesperado quanto saboroso triunfo português no Europeu. É justo fazê-lo também aqui. Foi um momento histórico para Portugal e para os portugueses. Tivemos o privilégio de o viver, com a consciência de que dificilmente se repetirá nas nossas gerações.
Dito isto, permitam-me confessar que, para mim, o grande dia do ano aconteceu algumas semanas antes, quando, a 15 de Maio, festejámos o Tri-Campeonato na Luz.
A distância temporal ainda não o permite garantir com clareza, mas arriscaria afirmar que se terá tratado da maior alegria desportiva da minha vida.
Um campeonato é um campeonato. Porém, aquele foi especial. Quer pelas circunstâncias que o rodearam dentro e fora do campo, quer pela enorme empatia criada entre dirigentes, treinador, jogadores e adeptos na inesquecível caminhada rumo à glória. Talvez o Futebol nunca me tenha levado a tão altos índices de ansiedade como em algumas partidas das derradeiras jornadas. Valeu a pena!
Gostaria de juntar aqui as outras modalidades. À cabeça, a Liga Europeia de Hóquei, por desígnios do destino conquistada na mesmíssima tarde do “Tri” futebolístico. Estive lá, cumprindo o sonho de ver, ao vivo, o Benfica Campeão Europeu de uma modalidade que nos é tão querida.
De salientar, igualmente, a Medalha de Bronze da nossa Telma no Rio de Janeiro. E recordar que não andámos longe de triunfos internacionais em Andebol, Voleibol e Futsal, tendo chegado às finais de todos os play-offs domésticos.
Por tudo isto, 2016 ficará nas nossas memórias. Que venha outro parecido."
Luís Fialho, in O Benfica
Que grande ano!
"Em altura de balanços, cá estamos a constatar qual o mais titulado clube português em 2016. Mais uma vez, o SL Benfica ocupa o lugar de destaque. Enquanto uns repetem entrevistas atrás de entrevistas para ver se alguém acredita em mentiras de 1 de Abril - 'maior potência desportiva... (risos seguidos de gargalhadas) - o Glorioso trabalha e enche o Museu Cosme Damião de troféus e conquistar historias. Futebol, Hóquei em Patins, Andebol, Futsal, Voleibol, Basquetebol, Atletismo (só para citar as modalidades mais mediáticas), em masculinos ou em femininos qualquer que seja o escalão, estão sempre nos momentos de decisão. Campeonatos, Taças de Portugal, Supertaças, Taças Europeias, finais e meias-finais alcançadas, há de tudo.
Foi um grande ano de 2016 com médias de assistências no estádio inimagináveis para Portugal, pavilhões com boas casas, adeptos a percorrer o país nas deslocações das nossas equipas. Este é o Benfica que eles temem. Este é o Benfica que os desespera, que faz com que invadam a comunicação social com invenções e acusações diárias. Este é o Benfica que ganha, que impõe respeito e que só lhes dá resposta em campo, no ringue ou nas pistas.
O meu desejo para 2017 é que continuemos assim: juntos, fortes, indivisíveis. Eles que chorem baba e ranho, que alucinem com as nossas conquistas, que olhem para as contas bancárias das suas SAD's e lhes tremam os joelhos. Sem perdões da banca, sem jogadas de bastidores, só com entrega e profissionalismo, cá estaremos no novo ano a ganhar as vertentes.
Vencedores desde o primeiro dia."
Ricardo Santos, in O Benfica
A cor de 2016 foi o encarnado
"Rui Vitória não é de se gabar. Se o fosse, certamente que de vez em quando olhava-se ao espelho e piscava o lho ao reflexo, feliz pelos resultados obtidos pelo Benfica no ano civil de 2016. Sob a sua liderança (embora Vitória seja da escola de Fernando Santos, dando toda a importância ao 'nós' e respeitando a essência colectiva do futebol) a turma da Luz estabeleceu um novo recorde de triunfos, nada mais, nada menos que 44, obtidos ao longo do ano que amanhã termina. Trata-se de um número impressionante, só igualado, no Velho Continente, por um colosso, o Barcelona de Luís Enrique.
E que resultou de tanta vitória da equipa de Rui? Três títulos, Campeonato, Taça da Liga e Supertaça Cândido de Oliveira, uma presença nos quartos de final da Liga dos Campeões e um apuramento, recente, para os oitavos desta mesma Champions. Mas a este rol deveras importante há que acrescentar a valorização de jovens jogadores como Renato Sanches, Nélson Semedo, Éderson, Lindelof e Gonçalo Guedes, numa vertente fundamental para a politica de Luís Filipe Vieira.
Assim, 2016 vai ficar nos anais benfiquistas como um bom ano, até por mais uma razão. Foi o momento de afirmação definitiva do Benfica como potência formadora integral, com uma política que será aprofundada num futuro próximo e que deverá garantir o fluxo de qualidade e rentabilidade, pilares em que assenta o projecto em marcha dos encarnados.
PS - Franco Cervi chegou à Luz rotulado de craque e não está a deixar os seus créditos por mãos (ou será pés?) alheias. Com o golo de ontem ao Paços de Ferreira, já marcou em todas as competições oficiais. Chuky em grande!"
José Manuel Delgado, in A Bola
Sinais da bola
"Lindelof reservado
O sueco, que até prova em contrário está de saída para Manchester, para assinar pelo United, estava convocado mas foi o eleito para saltar da lista para a bancada. Rui Vitória fala em opção técnica, mas a decisão não será alheia à reserva já feita pelos red devils...
Jardel e Luisão
A dupla defensiva mais experiente do Benfica voltou a juntar-se em campo, algo que não acontecia há mais de sete meses, mais concretamente há 225 dias. Isto é, desde a última final da Taça da Liga, a 20 de Maio, na qual as águias golearam o Marítimo por 6-2.
André Horta
Mais um regresso à acção neste caso 55 dias depois do último jogo: 1-1, no Dragão, diante do FC Porto. O ex-médio do Vitória de Setúbal, que conquistara o seu espaço no onze no início da temporada, sofreu depois longo período de lesões, mas parece estar de volta ao seu melhor.
A dupla das barbas
Já tinham jogado juntos esta época, mas Jonas e Mitrolgou, os dois, com barba, só agora sucedeu. O brasileiro deixou crescer a barba durante a lesão, mas quando voltou com o Estoril (17/12) estava sem ela. Ontem, ao lado do grego, voltou a surgir barbudo. Superstição?
Tapa a boca!
Não foi imagem exclusiva desde jogo, nem sequer é algo que só aconteça em Portugal e muito menos só no futebol. Mas está a tornar-se, diríamos, um tique esta coisa de, a cada vez que treinador e jogador conversam, haver mãos a tapar as bocas. Não vá alguém ler os lábios..."
João Pimpim, in A Bola
Contradições!...
"Ao longo da época desportiva, os treinadores das equipas de futebol profissional têm alguns períodos, normalmente curtos, um, dois meses, em que sabem as datas e horários exactos dos seus jogos. Claro que me refiro ao panorama nacional, porque no que diz respeito ao calendário internacional não há dúvidas destas. Evidente que se podem fazer acertos mais próximo da data dos jogos, contudo não é aceitável que a dez dias, por vezes menos, de um jogo, não se saiba a data e o horário do início do mesmo. Também a sobreposição de competições numa mesma data não ajuda nada ao planeamento. Nesta época de Natal, e portanto da família, poucos se lembram que há muitos profissionais deslocados dos seus núcleos familiares, e com um pouco de cuidado se podiam ter efectuado jogos e proporcionado a esses mesmos profissionais a possibilidade de estarem perto das suas famílias. Isto porque os recursos de quem trabalha nos grandes não é semelhante a todos os outros. Mas também aqui a calendarização é favorável aos mesmos. E com os argumentos do costume.
Como também é inadmissível aceitar a ditadura televisiva, não percebendo do que o futebol sem público prejudica a própria televisão, para além do grave prejuízo para os intervenientes directos. Será que alguém que produz um espectáculo para o público pensa que sem a presença das pessoas no estádio o empenhamento dos actores não sofre influência? Ou está tudo a pensar no curto prazo, defendendo assim apenas a posição de três em detrimento do sucesso de todos? Parece-me bem que é assim.
Independentemente dos regulamentos, até o caso da nomeação das equipas de arbitragem, como todos esperam, exige bom senso. Mas bom senso, como atrás ficou descrito, é coisa que nem sempre impera no futebol português.
Tudo isto num ano desportivo de ouro para as cores nacionais. As selecções estiveram em destaque, sobretudo a principal, que, nunca é de mais lembrar, venceu o Europeu. Contradições!..."
José Couceiro, in A Bola
PS: O ex-candidato a Presidente do SCP, até tem alguma razão, mas como é costume naquela 'casa', manipula os argumentos: é perfeitamente aceitável que os clubes com um calendário mais sobrecarregado, principalmente com jogos Europeus a meio da semana, sejam 'protegidos' na marcação das jornadas... se o actual treinador do Setúbal, quer passar para o lado dos 'outros' só tem que qualificar a sua equipa para a Europa, e manter-se em competição nas Taças...!!!
2016: A História... constrói-se
"Portugal tem História.
Portugal tem História porque, desde o inicio da nação, o seu arrojo e coragem fez com que os seus habitantes ultrapassassem as barreiras de um pequeno país para influenciar todo um mundo, também ele em expansão, marcando presença nos diferentes continentes do globo.
Portugal tem História porque "faz" história todos os dias e o ano de 2016 não foi excepção.
Portugal "faz" História todos os dias porque, apesar de todas as adversidades e faltas de apoio, há sempre um conjunto de "inquestionavelmente determinados" que acreditam... acreditam que é possível... ainda assim é possível.
Estas pessoas espelham uma máxima muito interessante: "Crer e Querer", ou seja, a sua força e determinação, a sua motivação e resistência à frustração (por outras palavras, a capacidade de querer algo...) nasce, invariavelmente, de um só sítio: acreditarem que vão ser capazes e que, na realidade, não há sequer outra opção.
2016 traduziu-se, por esta razão, num ano de enormíssimas concretizações, em diferentes planos na nossa sociedade e, curiosamente, até em áreas onde não estamos (pelo menos, do ponto de vista do público em geral) "habituados" a obter reconhecimento.
De facto, em 2016 tornou-se do conhecimento de todos nós (falo de uma forma mais abrangente), o excelente trabalho que os portugueses têm vindo a realizar na área da investigação científica, em território nacional e internacional, e a forma como "ditam" o caminho da evolução da ciência em termos globais. Exemplo disso, tem sido a carreira científica de Lillian Barros e Isabel Ferreira (Instituto Politécnico de Bragança), Mário Figueiredo e José Bioucas-Dias (Instituto de Telecomunicações, do Instituto Superior Técnico), Nuno Peres (Universidade do Minho), Miguel Araújo (CSIC – Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha e Universidade de Évora) ou Delfim Torres (Universidade de Aveiro), entre tantos outros (impossíveis de nomear no espaço deste artigo).
Também no presente ano, foram infindáveis as concretizações alcançadas no contexto desportivo, seja por atletas com uma carreira consolidada ou por atletas que começam agora a afirmar o seu espaço nos grandes palcos mundiais. Nomes como Filipa Martins, Sara Moreira, Patrícia Mamona, Jéssica Augusto, Fernando Pimenta, Telma Monteiro, Tiago Ferreira, a selecção nacional de futebol sénior masculina, a selecção nacional sénior de futebol feminina, entre tantos, tantos outros... Posicionaram Portugal nos grandes palcos do desporto mundial.
Também na dança, bailarinos como Diogo de Oliveira e Frederico Loureiro (Escola Domus Dança, Porto) ou António Casalinho (Anarella Academia de Ballet e Dança (Leiria), consolidaram o reconhecimento internacional que têm vindo a obter, aquando da sua participação em concursos internacionais.
É, por tudo isto, uma tarefa impossível (e desde já deixo a minhas desculpas pela impossibilidade de os nomear a todos), enunciar todos os portugueses que, de uma forma ou de outra... fizeram História, em cada dia de 2016.
Estas pessoas, antes de mais, inspiram-nos através do seu exemplo pelos resultados e notoriedade que alcançam e, curiosamente, este é, por certo, o aspeto "menos interessante" a termos em atenção...
Na realidade, a "outra História"... aquela que não vemos, que não presenciamos e à qual muito dificilmente temos acesso, revelar-nos-ia um vida de escolhas diferentes, difíceis... uma vida a escolher estar menos tempo com a família, com os amigos... com uma menor rede social e/ou menos momentos de lazer... mas, de mais dor... de um corpo que dói por uma repetição infindável de pequenos e precisos movimentos que promovem a evolução... de uma dor que acompanha a cada lesão e a cada sonho frustrado, de uma dor que faz questionar a forma abnegada com que se persegue uma meta em prol de tudo o resto...
Porém, uma "dor" que desafia, que alavanca, que direciona, e que os faz querer...mais.
A "história" destas pessoas conflui, muitas vezes, com a própria "história" de Portugal e, muito frequentemente, o seu foco é:
- "É no meu Presente que vou construir a "história" que vou querer contar no futuro!"
Confuso? Nem por isso.
Todos eles começaram no mesmo ponto de todos nós: anónimos com um sonho.
Todos eles quiseram "mudar a história"... a "sua história"... e colocaram aí toda a sua energia, todas as suas escolhas. Na realidade, é apenas aqui que se diferenciam sobejamente dos demais:
Na sua capacidade de, de forma determinada, perseguirem os seus objectivos e orientarem todas as suas escolhas num sentido único, o do seu sonho.
E aqui sim, podem ser claramente inspiradores, mostrando-nos que, mesmo na adversidade, podemos mudar a nossa "história" e que, a única forma de o fazermos é traduzirmos o "sonho" em acções e começarmos a agir.
Ou, citando Walt Disney: "The way to get started is to quit talking and begin doing".
E, que melhor altura para o começar a fazer? Agora mesmo."
Vermelhão: 1.ª carta entregue via Taça CTT !!!
Benfica 1 - 0 Paços de Ferreira
Cervi
Depois da consoada, e antes do reveillon, nada melhor do que somar 3 pontos, na estreia na Taça CTT 2016/17. A história desta competição, mostra que este tipo de jogos, nesta altura, nunca são grandes espectáculos... o Benfica foi consistente, marcou, não sofreu, e merecer claramente a vitória... Com o Cervi, a confirmar a sua apetência para marcar em todas as competições!!!
Fizemos uma primeira parte, engraçada (!!!), voltámos a desperdiçar golos, o Ederson foi um espectador... e o 1-0 ao intervalo, era claramente curto! O 2.º tempo, foi mais calmo... tivemos um curto período de alguns minutos de massacre... mas não marcámos, e acabámos por 'controlar' bem a partida! O primeiro remate digno desse nome, por parte do nosso adversário, foi ao minuto 80!!!
Apesar das 'poucas' oportunidade junto das balizas, o jogo até teve mais intensidade, daquilo que eu estava à espera... não foi bonito, mas houve agressividade!
Com esta longa paragem do Campeonato (praticamente 3 semanas), era importante dar algum ritmo, aos titulares, portanto não estava à espera de muitas alterações no 11. No jogo com o Vizela, na próxima Terça, mais próximo do jogo de Guimarães, haverá seguramente mais alterações...
As 'entradas' acabaram por ser somente duas: Jardel e Celis.
O Jardel, está a caminho de recuperar a titularidade, e hoje já mostrou que está completamente recuperado e com ritmo para ser titular... Mesmo se o Lindelof, não sair, defendo a titularidade do Jardel, como Central descaído para o lado esquerdo...
O Celis acabou por ser o substituto do Pizzi (castigado), fez o melhor jogo ao serviço do Benfica, no início esteve mesmo muito bem, mas acabou por 'recuar' um pouco, e isso tirou-lhe protagonismo... Como é óbvio, não tem a capacidade ofensiva do Pizzi (ou do Horta) e o Benfica ressentiu-se disso mesmo...
O André Horta acabou por entrar nos últimos minutos... ainda sem ritmo, após nova longa paragem, O Horta, neste momento com o Pizzi a jogar bem a '8', terá que render noutro 'papel', e creio que isso não será problema...
A nota negativa do jogo, foi novamente do foro clínico!!! Nova lesão, desta vez, foi o Jiménez!!! E a forma como o mexicano se queixou, deixa-me apreensivo... Espero que tenha sido só uma dor 'passageira'!!! O Raúl seria seguramente titular em Guimarães, pois será um jogo que se encaixa perfeitamente no seu perfil... Mas também já é tempo do Mitro acordar para a vida...!!!
Com o Vizela, aposto num 11 com: Ederson; Almeida, Lisandro, Lindelof, Yuri; Samaris, Pizzi, Zivkovic, Rafa; Jonas, Mitrolgou.
2016 vai ficar na história do Benfica. 44 vitórias em 54 jogos. Existem estatísticas no Futebol, que quando olhamos para elas, pensamos logo que não impossíveis de alcançar, que esses números foram obtidos num tempo onde o Futebol era essencialmente amador, onde havia grandes diferenças entre os Clubes grandes e os outros... Hoje, onde todos os Clubes são profissionais, onde todos os jogadores, dedicam-se a 100% ao jogo, onde os jogos e os adversários são preparados, cientificamente, por quase todas as equipas... por tudo isto e muito mais, aquilo que o Benfica obteve em 2016 é inacreditável... Só tenho pena, que alguns Benfiquistas, parece que continuam a não perceber a real dimensão do momento em que vivemos...!!!
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
12 desejos para 2017
"Um desejo por cada badalada da meia-noite... tantos quantos os pontos que levamos de avanço do Porto e do Sporting... juntos.
Fernando Santos
1. Fernando Santos foi considerado, pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol, o melhor seleccionador do Mundo, no ano de 2016.
Fernando Santos conquistou 199 pontos, contra os 71 do sueco Lars Lagerback, seleccionador da Islândia no Europeu, e contra os 62 pontos, Joachim Low.
Uma distinção mais do que merecida!
E não apenas pelo Campeonato da Europa.
Pelo seu percurso e pelo seu discurso.
Mas, sobretudo, pela sua humildade e pela sua crença.
Inabalável!
A juntar a tudo isso, o seu habitual adicional de alma, que incutiu e se veio a reflectir em toda a campanha da selecção nacional, até ao título de Campeão da Europa, em Paris.
Onde tudo se perdia... até tudo se ganhar, com Fernando Santos.
Tudo isso, claro, para além da sua firmeza de carácter e da sua grandiosidade humana.
Que o identificam, como homem de bem.
Fernando Santos encarou sempre este seu desafio com uma ambição desmedida para um povo tão pessimista como o português, fazendo dele seu projecto.
Sem desculpas (prévias, como sempre acontece em Portugal) e sem medo.
Sem receio, aliás, de ter assumido o que quis e onde sempre quis: chegar apenas a Lisboa a 11 de Julho e ser recebido em festa.
Nós, afinal depois de duvidar-mos - muito - sonhámos com ele.
E percebemos que, enquanto existisse vontade de lutar, haveria esperança de vencer (parafraseando Santo Agostinho, para dar algum sentido filosófico a esta nossa passagem pela época natalícia, para que tudo não se perca na voragem do consumismo e das tradições que têm muito pouco de... cristãs).
Essencialmente pela sua enorme vontade, só superada, talvez, pela sua grande fé.
Fé em vencer.
Fé e foco na conquista.
Tem, por isso - e independentemente da fé e da dimensão da mesma que nos anima, a mim e a ele - toda a minha admiração e respeito.
Sobretudo por andado «por mares nunca dantes navegados», como diria Luiz Vaz de Camões.
Mares (agitados) esses entretanto desmitificados e ultrapassados.
Ainda que, nesse percurso, e para o ultrapassar, tivesse de prometer mais do que aquilo que a força humana podia exigir - ou, no caso - do que poderiam supor poder dar todos e cada um dos 11 tais milhões que somos.
Até nisso, no numero de Portugueses, Fernando Santos foi mais além do que os censos, do que a realidade.
E, adaptando-se e acrescentando-a, fez-nos acreditar que há sempre margem para crescer.
Até onde só o sonho pode fazer milagres.
Pois, além de todo o reconhecimento que tem tido, ensinou-nos a maior lição...
Ou como canta Jorge Palma, «enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar,... enquanto houver estrada para andar, enquanto houver ventos e mar».
A lista de desejos para 2017
2. Para terminar, e porque ninguém foge ao seu próprio destino, por mais que se esforce... nem às tradições, nada como fazer a nossa lista de desejos, para, desportivamente, os pedirmos...
Um por cada badalada do fim de ano.
Um por cada ponto que levamos de avanço de Porto e Sporting, juntos.
12 pedidos para 12 pontos, em doze badaladas.
Parece-me junto!!
1. o tetra
Se tivesse de pedir só um desejo no desporto, deixaria de lado todos os outros.
Como estou certo, todos os Benfiquistas.
Por isso, não podemos cometer erros... a todos os níveis.
Porque eles não vão descansar...
2. O Benfica à frente das ambições pessoais
Que a paixão de adepto (bastante necessária, ainda que não suficiente) de cada um de nós, com alguma ou nenhuma responsabilidade pelas funções exercidas, seja sempre colocada à frente de qualquer ambição pessoal. Com a continuidade de um discurso à imagem e à medida do Benfica.
Num caminho onde só as vitórias interessam!
3. 'Olho por olho, dente por dente' ... sempre
Que, quem tiver essa responsabilidade, perceba que é necessário continuar a assumir uma postura à Benfica, respondendo, sempre, a todo e qualquer ataque.
E que nunca, mas nunca, se esqueçam que é a obrigação de todos nós defender a honra do Benfica!
Para que não nos ganhem, por distração!
4. O início de um caminho para podermos voltar a ser... campeões europeus
Sem medo de comprações nem menorizações que não são dignas do Benfica.
Porque atingir os oitavos, os quartos ou as meias satisfaz quem faz as contas (e quem vive delas), mas deixa desiludidos os sócios, os adeptos e os simpatizantes do Benfica que acreditam que isso é possível
5. Ganhar tudo... nas modalidades
Acreditar em Calos Lisboa, em José Jardim, em Pedro Nunes, em Joel Rocha, em Mariano Ortega, em Ana Oliveira, para podermos ser campeões nacionais em basquetebol, em voleibol, em hóquei, em futsal, em andebol e no atletismo.
O esforço de Luís Filipe Vieira em dar tudo o que precisam, com a coordenação competentíssima do meu grande amigo Domingos Almeida Lima, merece isso... e muito mais!
6. A continuidade de um presidente... nunca certo clube
Com muita fé que as eleições que aí vêm não nos tragam nenhum dissabor e que não tirem de lá quem lá tem estado.
7. A continuidade do treinador... desse mesmo clube
Na segunda época em que passou por cá, à 4.ª jornada, já estava com 9 pontos de atraso.
Por isso, andam com muita sorte, por, à 15.ª, estarem a 8.
Para continuar, espero!
8. A continuidade do presidente... do outro clube
Porque longe vão os tempos do Apito Dourado... quem só conseguiu ganhar assim, nunca ganhará consistentemente, com regras claras.
9. A continuidade do treinador... do outro clube
Há coisas que não mudam.
E o facto de me parecer ser pessoa de carácter e com personalidade nunca fará dele um grande treinador.
Apesar do esforço que a estrutura irá fazer para lhe oferecer o campeonato.
10. A perpetuação da sede de vingança de uns
Que continuem a ter uma sede enorme de vingança, que têm revelado até aqui.
Que continuem a demonstrar arrogância, a mandar farpas e a atacar.
E que continuem a não conseguir deixar de pensar e de falar no Benfica.
11. A continuação dos anos sem títulos de outros
Que continuem a pensar como deixaram de ganhar, depois de terem ganho como ganharam.
E que continuem sem perceber que os tempos dos quinhentinhos não voltam mais.
E que, como os outros, continuem a não conseguir deixar de pensar e de falar do Benfica.
12. Saúde... no ano de Jiménez
Mas se as vitórias do Benfica são importantes, num ano que - acreditando, como acredito, nas previsões e nas premonições do meu Presidente - será o ano da afirmação de Rául Jiménez, com o que isso terá de muito importante nas conquistas de 2017, nada como incluir, num desses tradicionais 12 desejos, o da saúde.
Muita saúde, para todos, os de um lado e os do outro (ou dos outros), sem a qual nada terá interesse.
Nem a celebração das vitórias.
Por isso, e para todos, ...
Um fantástico 2017.
Bom ano."
Rui Gomes da Silva, in A Bola
Os melhores de 2016
"O fim de um ano é uma convenção para sumariar os 365 dias, ainda que o tempo não pare entre anos. Apenas com a espontaneidade do que da memória me ocorre, quase sempre decrescente com o passar dos meses e naturalmente limitada, seleccionei o que mais apreciei (por ordem alfabética), no futebol por cá jogado, concentrando-me mais nos três grandes pela simples razão de serem os que mais acompanho. Quanto ao que menos apreciei, prefiro congelar a recordatória.
Os melhores jogadores da Liga: João Mário, Jonas, Layun; As maiores revelações: Diogo Jota, Gelson Martins, Renato Sanches; Os melhores guarda-redes: Ederson, Miguel Silva, Rui Patrício; Os melhores treinadores: Lito Vidigal, Jorge Jesus, Rui Vitória; Os melhores defesas laterais: Grimaldo, Layun, Nelson Semedo; Os melhores defesas centrais: Coates, Jardel, Lindelof; Os melhores médios defensivos: Danilo Pereira, Fejsa, William Carvalho; Os melhores médios: Adrien, João Mário, Pizzi; Os melhores extremos: Gaitán, Gelson Martins, Rafa; Os melhores avançados: Jonas, Mitroglou, Slimani; Os melhores públicos: Benfica, Sporting, Vitória (de Guimarães); As melhores ascensões/recuperações: Benfica (para campeão), Tondela (para a manutenção) e Portimonense (para promoção); O melhor jogo do Benfica na Liga: 5-1 contra o SC Braga; o melhor jogo do Sporting na Liga: 3-0 na Luz; o melhor jogo do FC Porto na Liga: 5-0 no Bessa.
E limitando-se ao meu clube, a maior alegria foi, evidentemente, o tricampeonato, na esperança do tetra e os golos mais saborosos foram o de Mitroglou em Alvalade, Jonas no Bessa, Jiménez em Coimbra e Lisandro no Dragão."
Bagão Félix, in A Bola
Ano de excelência para o Benfica
"O ano de 2016 foi um excelente ano para os benfiquistas. Ano de tricampeonato, o que já não sucedia há 31 anos, ano de Supertaça, ano de Taça da Liga, de quartos na Champions e até um ano único, porque nunca o Benfica tinha conseguido na sua história tantas vitórias num só um ano.
Tal como A Bola hoje publica, mais vitórias do que o Benfica, em 2016, só só mesmo o Barcelona.
Compreendo que haja quem considere um exagero a comparação, sobretudo tendo em vista a realidade desequilibrada do futebol português.
Mesmo aceitando a natureza das reservas que muitos colocarão a estes dados comparativos, é evidente que uma estatística tem sempre diversas leituras para as explicar e justificar, mas os números também são factos e, como tais, indesmentíveis.
É certo, que o quadro competitivo do futebol português não é comparável com o inglês, o alemão, até o espanhol, mas o desequilíbrio de campeonatos como o italiano ou, mesmo, o francês é também manifesto e haverá sempre a considerar, sobretudo nos big five europeus., a colossal diferença de meios financeiros desses clubes em relação aos maiores de Portugal.
O certo é que os títulos se constroem à custa de vitórias e o Benfica teve, aí, o que é um indicativo decisivo sobre o ano de excelência do clube.
Quanto a responsabilidades, numa equipa de futebol elas são sempre colectivas, mas é justo que se assinale o impacto da serena liderança de Rui Vitória. Até pela maneira diferenciada como conduz um campeão sem stress. Às vezes estranha-se, mas a verdade é que os resultados estão à vista."
Vítor Serpa, in A Bola
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
É o Benfica!
"Nunca imaginei uma maquinação tão compacta e unida contra dirigentes do Sporting Clube de Portugal, uma instituição com grande história e prestígio. Senão, vejamos.
É a FIFA. É o Benfica. É a UEFA. É o Benfica. É a Federação Portuguesa de Futebol. É o Benfica. É a Liga de futebol (apoiada pelo SCP). É o Benfica. É a lista perdedora para a Liga (apoiado pelo SLB). É o Benfica. É o Conselho de Arbitragem novo. É o Benfica. É o anterior Conselho de Arbitragem. É o Benfica. É o Conselho de Disciplina e seus derivados. É o Benfica. É o Conselho de Justiça. É o Benfica. É o Tribunal Arbitral do Desporto. É o Benfica. É a comunicação social. É o Benfica. É um qualquer fundo de investimento. É o Benfica. É o mercado. É o Benfica. É o árbitro. É o Benfica. É o árbitro assistente. É o Benfica. É o quarto árbitro. É o Benfica. É um árbitro estrangeiro. É o Benfica. É o sorteio. É o Benfica. É o frio. É o Benfica. É a 'gaiola'. É o Benfica. É uma cartolina (amassada ou misteriosamente embrulhada). É o Benfica. É a Autoridade Antidopagem de Portugal. É o Benfica. É o silêncio de Luís Filipe Vieira. É o Benfica. É qualquer 'clube pequeno' que perca com o Benfica. É o Benfica. É o Petit. É o Benfica. É um 'corruptível voucher' ou uma rifa com origem na Luz. É o Benfica. É a BTV. É o Benfica. É a conta de resultados do Benfica. É o Benfica. É a 'falsificação' da história dos 22 títulos. É o Benfica. É a Federação Portuguesa de Matraquilhos. É o Benfica. Deixou de ser o FC Porto. É o Benfica. É o Natal. É o Benfica."
Bagão Félix, in A Bola
O tom de voz de quem perde
"Bruno de Carvalho está a perder. Falar como se estivesse a ganhar é um risco
Bruno de Carvalho em pose de Estado. Bruno de Carvalho magnânimo e comedido, pedindo até desculpas e jurando que as pedia a sério, ou seja, assumindo genuinamente que a palavra, dita por ele, soa a tudo menos isso.
"Como presidente, estou a saudar todos aqueles que querem viver nesta democracia que é o Sporting e que querem mostrar as suas ideias." Nas últimas semanas, aos sportinguistas que quiseram mostrar as ideias vinha chamando "abutres", "híbridos cobardes", "papagaios" e "parasitas". Ontem, na reacção programada à candidatura presidencial de Pedro Madeira Rodrigues, transmitida em directo pela Sporting TV (!), desapareceu a fera: "Não tenham receio, candidatem-se."
A metamorfose é surpreendente sem surpreender. Surpreende que Bruno tenha sido capaz de reprimir o impulso de responder às críticas que Madeira Rodrigues lhe fizera; não surpreende que tenha intuído os riscos da pose despótica que resultava dos comentários anteriores, em especial quando assumida por um presidente que se esvaziou de argumentos.
Tinha dois: a atitude intimidatória para com os adversários e os créditos de ter posto as contas em ordem. Quase quatro anos depois, os adversários não estão intimidados e o Sporting gasta em salários praticamente o mesmo que Benfica e FC Porto, a oito pontos do primeiro lugar e acumulando pequenas derrotas colaterais, como a do caso Doyen.
Os sportinguistas tenderão, talvez, a querer continuar ferozes, em vez de regressarem ao tempo das tias e dos tios bem-educados e mansos, mas há vencedores e perdedores. E um tom de voz diferente para cada um deles."
PS: Inacreditável como o mito das 'contas em ordem' está a ganhar forma: o Passivo total, actual, do Sporting (clube e grupo) ronda os 850 milhões de euros... Bastava um bocadinho de vontade jornalística, e o mito seria facilmente desmascarado, mas...
Benfiquismo (CCCXXX)
1959/60
Barroca, Serra, Neto, Cruz, Guttman, Mário João, Artur, Costa Pereira
Zé Augusto, Santana, José Águas, Coluna, Cavém, Mão de Pilão
Sim, Mão de Pilão, massagista Baiano,
que foi uma das grandes contratações do Benfica nos anos 50...
no tempo de Otto Glória!!!
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Os golpes assassinos dos paxás...
Roquete; Armando Martins, José Martins, Vítor Silva, Jorge Vieira, Carlos Alves e Tamanqueiro
César de Matos, Augusto Silva, Pepe e Waldemar Mota
"Agora que o ano mais brilhante da selecção nacional chegou ao fim, é altura de recordar a primeira grande aventura lusitana em competições internacionais - os Jogos Olímpicos de 1928. O benfiquista Vítor Silva foi o melhor marcador de Portugal.
1928: um dos primeiros anos de graça da selecção nacional, agora que chegamos ao fim do seu ano mais brilhante. Jogos Olímpicos, torneio de futebol. Reparem: só em 1930 tivemos o primeiro campeonato do mundo. Os Jogos era, por isso, o campeonato do mundo da altura.
Por sorteio, coube a Portugal defrontar o Chile no jogo inaugural do torneio, que se seguiu à competição de hóquei em campo que ocupara o Estádio Olímpico de Amesterdão até aí. Para o dia 27 de Maio estavam marcados dois encontros preliminares de acesso aos oitavos-de-final: o Portugal-Chile e o Espanha-Estónia. O abandono da Estónia deixou portugueses e chilenos sozinhos no «palco», concedendo-lhe risco pouco simpático de um deles ser condenado a regressar a casa logo no primeiro dia.
E as coisas não podiam ter começado de pior forma para o conjunto das quinas, já que, logo aos 3 minutos, Carbonell, com um remate fortíssimo e muito provavelmente indefensável, fazia o primeiro golo chileno. Não foi preciso esperar muito pelo segundo: 11 minutos apenas para que Subiabre ampliasse a vantagem. Queixam-se os portugueses de «off-side» mas o árbitro egípcio Mohammed faz orelhas moucas aos protestos.
O Chile é, agora uma selecção entusiasmada e confiante e provoca situações de perigo com frequência. Portugal tenta rebelar-se contra o estado das coisas, mas a lesão de Armando Martins obriga o conjunto a estar em campo longos minutos com dez jogadores - regressaria ao terreno mas nitidamente inferiorizado. Aos 38 minutos, um centro do «leão» José Manuel Martins encontra o benfiquista Vítor Silva bem colocado. O golo traz consigo o fervilhar de uma esperança arrefecida. Os portugueses atrevem-se no ataque e são premiados pela audácia. Aos 40 minutos é a vez de César de Matos colocar a bola milimetricamente nos pés de Pepe: o empate que Portugal leva para o intervalo engrandece-lhe a alma para o segundo tempo. A energia lusitana é, a partir daí, avassaladora. Pepe, de cabeça, e Waldemar Mota, na conclusão de uma jogada individual na qual se livra de quadro adversários, selam a reviravolta e o resultado final.
Era a primeira vitória portuguesa conquistada fora do país e a presença garantida nos oitavos-de-final onde nos caberia defrontar a Jugoslávia.
«Tarde primaveril, tarde azul, tarde portuguesa que os nossos jogadores trouxeram na bagagem juntamente com a nossa bandeira...», escrevia entusiasmado António Ferro, o enviado-especial do Diário de Notícias.
Desilusão africana
Os oitavos-de-final ficaram marcados pelo vincar dos favoritismos. Num dos grupos de equipas definidos pelo sorteio, o Uruguai afastava a Holanda (2-0), a Alemanha eliminava a Suíça (4-0), a Espanha goleava o México (7-1) e a Itália desembaraçava-se da França (4-3). Do «lado português», a Bélgica batia o Luxemburgo (5-3), o Egipto esmagava a Turquia (7-1) e a Argentina infligia aos Estados Unidos um resultado de 11-2 tornando-se na grande coqueluche da competição.
A Portugal coube defrontar uma das mais fracas selecções em liça, a da Jugoslávia, que vinha coleccionando algumas goleadas homéricas nos seus anteriores confrontos internacionais. Mas as facilidades esperadas tornaram-se num tormento não previsto.
Com um empate (1-1) no primeiro tempo, golos do benfiquista Vítor Silva e de Bonacic, portugueses e jugoslavos disputam uma segunda parte renhidíssima marcada por uma expulsão de parte a parte que fez Waldemar Mota sair do campo lavado em lágrimas. A um minuto do final, Augusto Silva decide-se por uma arrancada enérgica e solitária que o conduz em direcção ao golo, ultrapassado vários adversários. Os portões dos quartos-de-final abrem-se às escâncaras e já há quem sonhe com uma presença na final.
O opositor que se segue é o Egipto que vem de uma vitória grandemente moralizadora. As notícias vindas de Amesterdão falam de uma «equipa de paxás com um ataque velocíssimo no qual pontifical quatro negros». Não se exagera no optimismo e com razão.
Um vento de derrota parece soprar do mar do Norte nesse final de tarde do dia 4 de Agosto. Os ataques de Portugal são constantemente repelidos pela defesa africana e, em rápidos contra-golpes, os «paxás» fazem dois golos, um ainda na primeira parte, por intermédio de Moktar, o outro aos 3 minutos do segundo tempo, por Riad. Talvez a alma lusitana que levara a equipa a virar o resultado contra o Chile e a bater a Jugoslávia no minuto derradeiro seja capaz de mais um feito digno de elogios. Mas, se existe a vontade, não a acompanha a arte nem a força. Os portugueses esgotam-se na procura da sorte mas desperdiçam oportunidades. Waldemar reclama golo, mas o árbitro italiano Mauro nega que a bola tenha ultrapassado a linha por completo. Os minutos escoam-se e a derrota ganha forma definitiva que o golo de Vítor Silva não é capaz de atenuar. A maneira como o Egipto sai dos Jogos, batido pela Argentina nas meias-finais (6-0) e pela Itália no jogo para a Medalha de Bronze (11-3), torna a desilusão portuguesa mais amarga. A humilhação da vizinha Espanha nos quartos-de-final frente aos italianos (7-1) não serve de consolo.
Em Lisboa, a equipa é recebida com honras de vencedora: um cortejo de automéveis acompanha jogadores e técnicos desde a Estação de Entrecampos, onde o «sud-express» parou a especial pedido da Associação de Futebol de Lisboa, pela Av. da República, Av. da Liberdade, Rossio e Rua do Ouro até ao edifício da Câmara Municipal onde nova multidão os esperava."
Afonso de Melo, in O Benfica
Folclore e repasto
"Depois do Festival do Jardim Zoológico, houve repasto e confraternização em honra dos Pescadores do Tejo
O dia 7 de Julho de 1957 amanheceu soalheiro. Era domingo, dia de Festival do Benfica no Jardim Zoológico. Desde cedo milhares de benfiquistas deixaram o 'tentador travesseiro' e rumaram ao Parque das Laranjeiras.
Organizado pelas secções de Moto-Automobilismo e Cicloturismo do Sport Lisboa e Benfica, o quinto festival do Clube no Jardim Zoológico contou com um programa variado, pensado para entreter miúdos e graúdos durante todo o dia.
De manhã houve provas de perícia entre os 'bairros da bicharada'. À tarde, a animação foi em torno do rinque de patinagem. Aí, tiveram lugar o desafio de hóquei em bicicleta - que animou bastante o público 'com o «desequilíbrio» de alguns jogadores que na mira de melhor sticarem a bola se esqueciam que andavam apoiados em duas rodas que não eram as dos patins...' - apresentações de ginástica e de patinagem artística, corridas de automóveis para crianças, provas negativas e 'o habitual «numero» de parelha de palhaços José & Ermilita' - que proporcionou 'momentos de expansiva e contagiante alegria' às centenas de crianças presentes.
A terminar, a actuação do Rancho Folclórico dos Pescadores do Tejo e da 'sua secção infantil composta por oito pares de encantadoras crianças'. Vindos de Benfica do Ribatejo, apresentaram no Zoo 'números do mais puro folclore', todos eles 'calorosamente aplaudidos'. 'A tarde ia já adiantada', 'e foi por entre os mais efusivos aplausos que o Rancho de Benfica do Ribatejo deu a volta de despedida e também de agradecimento pela forma como foram recebidos e aplaudidos'.
À noite, e depois de marcarem ainda presença no '«cantinho» do Benfica, na Feira Popular', os elementos do Rancho foram honrados com um momento de repasto e confraternização, num 'restaurante de feição típica' da capital. A Adega da Tia Matilde foi o local escolhido para o jantar, oferecido pela secção do Moto-Automobilismo, onde tomaram igualmente parte dirigentes do Clube, representantes do Jardim Zoológico e da imprensa. Entre os convidados, Roland Oliveira registou o momento. As fotografias viriam a ser publicadas, dias depois, no jornal O Benfica.
Pode ver esta e outras fotografias na exposição Roland Oliveira, em exibição na Rua Jardim do Regedor, em Lisboa."
Mafalda Esturrenho, in O Benfica
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
Os ases de 2016
"ÁS
Fernando Gomes
Ser presidente da FPF no ano em que Portugal se sagrou campeão da Europa já seria razão para estar neste quadro de honra. Porém, o ano de 2016 teve muito mais para Fernando Gomes. Foi a inauguração da Cidade do Futebol, tantas vezes prometida mas só finalizada na sua gerência, foi o título europeu de sub-17, foi ainda a final dos sub-21, mais a presença nos Jogos Olímpicos e, last but not least, o apuramento da equipa feminina para o principal certame da UEFA. A tudo isto deve somar-se uma crescente influência de Portugal nos círculos de poder no futebol europeu. Absolutamente notável!
ÁS
Fernando Santos
O seleccionador nacional é um homem de Fé e a Fé, sabe-se, move montanhas. Quando muitos duvidaram, ele acreditou; quando quase todos vacilaram, ele manteve-se firme; e foi capaz de entrar na cabeça dos jogadores lusitanos, fazendo-os acreditar que era possível chegar onde nenhum outro português tinha estado, no topo do mundo. Foi com esta fibra que se cavaram os alicerces do triunfo da turma das quinas em França. Foi com uma convicção profunda no que esteva a fazer que se escreveu a maravilhosa página de 10 de Julho da história contemporânea de Portugal. Fernando Santos, o homem do leme.
ÁS
Cristiano Ronaldo
Foi o ano mais profícuo da sua carreira: liderou o Real Madrid na conquista da Champions (aquela segunda mão com o Wolfsburg entrou para o livro de ouro dos merengues) e na vitória no Mundial de Clubes (apontou um hat trick na final, proeza só antes conseguida por Pelé, no Estádio da Luz, frente ao Benfica, em 11/10/63), carregou Portugal às costas até à final de Paris, conquistou o prémio de melhor jogador da Europa, atribuído pela UEFA, arrecadou a Bola de Ouro da France Football e está a duas semanas de receber o The Best da FIFA. Uff!
ÁS
Éder
Há momentos que marcam uma vida e Éder teve o seu, naquela noite de verão, em Paris, quando ao minuto 109 da final do Campeonato da Europa, desceu sobre ele o espírito de Eusébio e disparou para o fundo da baliza à guarda de Hugo Lloris. Patinho feio lusitano, incompreendido por muitos, Éder cumpriu a promessa que fez a Fernando Santos instantes antes de pisar o relvado do Stade de France: «Mister, olhe que vou marcar um golo!» Só que não foi um golo apenas, foi o passaporte para o olimpo, onde estão aqueles que por suas obras valorosas da lei da morte se foram libertando.
ÁS
Rui Patrício
Inestimável, o contributo que deu à Selecção Nacional no Europeu de França, provando ser um dos melhores guarda-redes da actualidade. A defesa que fez na final, aos 9 minutos, a uma cabeçada com o selo de golo de Griezmann, vai ser imortalizada em bronze em Leiria, concelho de que é natural, entrou na lenda do futebol português e fê-lo ascender ao patamar de monstros sagrados como João Azevedo, Calos Gomes, Vítor Damas, Manuel Bento e Vítor Baía. E que dizer do penalty parado, em Marselha, ao polaco Blaszczykowski, que colocou Portugal na rota da meia-final de Lyon? Soberbo!
ÁS
Luís Filipe Vieira
É preciso recuar quatro décadas, até Borges Coutinho, para encontrar um presidente do tri no Benfica, proeza que Luís Filipe Vieira igualou em 2016, ficando em aberto a possibilidade de vir a ser, em 2017, o primeiro tetra da história encarnada. Por isto e também pela segurança com que tem sabido conduzir os destinos benfiquistas, criando condições para que a visão estratégica made in Seixal possa vingar, Luís Filipe Vieira foi uma das estrelas do ano. A concretizar-se a transferência de Lindelof para o Man. United por mais de 40 milhões de euros, estará encontrada a cereja no topo de bolo.
ÁS
Rui Vitória
Muitos pensaram que ao aceitar ser treinador do Benfica recebera um presente envenenado. Mantendo-se fiel a um estilo educado e sóbrio, que privilegia o colectivo em detrimento do show off, Rui Vitória foi capaz de suportar o embate inicial dos mind games de Alvalade e ajudou a fazer de 2016 um ano de felicidade para a nação benfiquista. Sem queixumes, sem recriminações, com um discurso por vezes pouco apelativo para os media, é certo, mas sempre pragmático, Vitória levou água ao seu moinho. E ainda conseguiu a inédita proeza de duas classificações consecutivas para os oitavos de final da Champions.
ÁS
Renato Sanches
Em Outubro de 2015 ainda andava a jogar pelos juniores do Benfica na Youth League. Depois, passou pelo ano de 2016 como um furacão. Começou por agarrar a titularidade na equipa de Rui Vitória, tornando-se, em meia dúzia de jogos, numa pedra basilar da estrutura encarnada. Os atributos que revelou levaram-no à Selecção Nacional e a montra da Champions colocou os clubes mais ricos da Europa de olho nele. No Euro-2016, o contributo que deu a Portugal foi significativo e o golo que marcou à Polónia mostrou ao mundo que tinha acabado de nascer uma estrela. O futuro é dele.
ÁS
Paulo Fonseca
Assim se prova que, quando se tem valor, por vezes vale a pena dar um passo atrás para a seguir das dois em frente. Depois do fiasco que foi a sua passagem pelo Dragão, Paulo Fonseca recuperou energias em Paços de Ferreira e foi a Braga fazer o que nenhum treinador conseguia desde 1966: vencer a Taça de Portugal. Com esse título no currículo, o técnico português partiu para uma aventura ucraniana, que está a ser bem-sucedida. Passou pela fase de grupos da Liga Europa com pedalada de Liga dos Campeões e na Liga da Ucrânia é líder destacadíssimo. Um grande 2016!
ÁS
Telma Monteiro
O simples facto de ter trazido para Portugal a única medalha da delegação olímpica aos Jogos do Rio de Janeiro era suficiente para a judoca do Benfica entrar neste quadro de honra de 2016. Porém, se pensarmos que Telma Monteiro, seis meses antes dos Jogos Olímpicos, estava numa cama de hospital a recuperar de uma cirurgia delicada ao joelho, a proeza da atleta portuguesa ganha ainda uma dimensão maior. Foi, como disse, «na raça», que se impôs na Arena Carioca 2 e logrou um bronze para Portugal, que celebrou com um sentido «eu estou aqui!» Telma, antes quebrar que torcer, é um exemplo que deve inspirar os novos praticantes..,"
José Manuel Delgado, in A Bola
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