"Os dois pontos perdidos em Setúbal são mais graves do que os dois pontos perdidos em Tondela
1 - Um campeonato de futebol é, com frequência, como uma peça de teatro. Os momentos psicológicos marcam o guião e, depois, as equipas estão condenadas a seguir o que fica escrito, até as de arbitragem. Ontem, o FC Porto falhou o seu momento psicológico (e o árbitro João Pinheiro também). Os dois pontos perdidos em Setúbal são mais graves do que os dois pontos perdidos em Tondela, porque atraiçoam o clássico da semana que vem com o Benfica e, pior, põem a equipa de Nuno Espírito Santo no mesmo saco em que está o Sporting, aliviando-o do azedume dos críticos. A poucos dias de jogar em Dortmund, Jesus agradece que desviem dele as atenções ou até que se relativize o colapso sportinguista, à luz da trajetória do FC Porto. Foi uma bênção. Por outro lado, o Benfica está dispensado de jogar na roleta. Ter sorte no Dragão significará esticar para oito pontos o colchão de penas em que o primeiro lugar já parece instalado; ter azar não trará nada de irremediável. Este momento psicológico é só para o FC Porto. Se provar que o Benfica sangra como toda a gente, será mais fácil acreditar quando lhe estiver nos calcanhares, a partir da semana seguinte.
Nuno Espírito Santo falhou um momento psicológico importante. E parece que, em Alvalade, se anda a decidir demasiado a "olhómetro"
2 - Antes do Nacional-Sporting, William Carvalho contava dois penáltis convertidos em quatro tentativas. Bas Dost tem sete em sete e Bryan Ruiz dez em doze. Ambos estavam no relvado, anteontem, quando Jesus mandou o capitão chutar o quinto penálti. Às vezes, a estatística não é só uma lista de números aborrecidos que distorcem os factos e beliscam a experiência das velhas ratazanas de balneário. Jesus saberia qual é a taxa de Bas Dost (100%) ou decidiu a "olhómetro", como costuma dizer? Adrien nunca seria fácil de substituir, nem de fotocopiar, mas o Sporting comprou três médios neste defeso para se pôr a salvo de uma dependência que já era bem evidente na época passada. A mesma estatística que desaconselharia optar por William para marcar um penálti em pleno terramoto também diria, a tempo, que Elias é tão parecido com Adrien como Jesus com António Guterres."
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