"Esta é a semana do derby e seria absolutamente despropositado não se falar de futebol.
Ao contrário do que muitos poderão pensar, até pelo hábito do desregramento a que estivemos sujeitos nos últimos tempos, falar de futebol é falar do jogo, de jogadores, de equipas. Falar de futebol não é, pois, o equivalente a falar de matérias circundantes e circulares, que têm colocado o futebol no epicentro de uma cultura de futilidade e de vulgaridade, que gera audiências na razão directa do mais estúpido interesse dos mercados.
Há muitos anos que o futebol serve de meio de consolidação da ignorância dos ignorantes. Um aproveitamento que estará nos antípodas daqueles que o aproveitam em benefício do conhecimento e da inteligência. No fundo, a dimensão do futebol é tão grande que tudo permite. Especialmente, em matéria de manipulação de um povo menos preparado e pouco avisado.
Porém, o futebol, enquanto jogo, enquanto espectáculo, enquanto desporto altamente profissionalizado e, por isso, especializado, tem um encanto invulgar. Para não dizer único.
Estamos numa semana especial, a caminho de um Benfica-Sporting que gera enormes expectativas. Rui Vitória e Jorge Jesus sabem disso e os seus pequenos dramas resumem-se, nesta fase, a tomarem decisões sobre a gestão dos homens que têm ao dispor. É previsível que Jesus seja mais pragmático e que volte a pensar menos na Europa e mais no campeonato nacional; tal como é expectável que Vitória queira somar pontos em Istambul e só depois pense exclusivamente no jogo com o Sporting. Um jogo que, apesar de tudo, contará mais para o Benfica."
Vítor Serpa, in A Bola
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