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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A estepe cazaque

"De volta à Liga dos Campeões. Benfica e Porto vão procurar maximizar, tão longe quanto possível, vitórias e dinheiro. O sorteio permite-lhes pensar em atingir a fase a eliminar. Numa coisa, porém, os clubes portugueses podem queixar-se de algum azar: as longas deslocações. O Porto a Israel e à Ucrânia. O Benfica a Istambul e ao longínquo Cazaquistão. Escrevo antes de o Benfica defrontar, na Luz, o clube cazaque Astana (antes chamado Locomotiv), uma novidade e um ilustre desconhecido. O Benfica vai jogar em Astana em 25 de Novembro, em relva artificial, mas em gelo natural. As temperaturas médias, por essa altura, andarão entre os -5,4º de Novembro e os -12,1º de Dezembro. A temperatura mínima registada, nos últimos anos, em Novembro atingiu - 3º! Imagino já Júlio César na baliza...
Astana, capital depois da independência, é, no meio desportivo, mais conhecida pelas suas excelentes equipas profissionais de ciclismo. Dista de Lisboa 6144 quilómetros, quase a distância a Salvador da Baía, mais 56% do que a Moscovo e mais 13% do que a Nova Iorque! De longe, o clube mais distante na Champions League. Bem mais perto está Pequim, que só fica a 3652 quilómetros.
Tudo porque o respectivo país, o Cazaquistão, antiga república soviética, foi admitido na UEFA. Comum território como o da Europa Ocidental, este país de estepes, onde, há séculos, chegou o mongol Genghis Khan, tem apenas um reduzidíssimo território na Europa a ocidente do rio Ural. Uma originalidade, a que se junta Israel (e também a Turquia que só em permilagem é europeia). É assim a geografia futebolística, que chumbaria num exame rigoroso."

Bagão Félix, in A Bola

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