"Estava a chegar a Maputo para o Congresso Luso-Moçambicano de Direito, quando a derrota do Benfica frente ao Rio Ave se apresentou como uma enorme surpresa. E não só minha: nas ruas de Maputo, nas principais avenidas da cidade e junto dos principais hotéis, portugueses e moçambicanos faziam a análise e denotavam a estupefacção perante o ocorrido. Para uma vasta maioria, uma noite de tristeza mas concomitantemente de esperança numa vitória final ainda mais saborosa.
O que surpreendia todos, inclusivamente os desatentos turistas era o incompreensível sentimento de euforia portista que, de repente, trouxe alguns adeptos para as ruas. Parecia uma vitória na Luz frente ao Benfica ou o acesso às meias finais da Liga dos Campeões. Mas não, era simplesmente a derrota... do Benfica.
O próprio Lopetegui acabou contagiado por esta onda de alucinação temporária, apressando-se a afirmar que, agora, dependem apenas deles próprios e de mais ninguém. Claro que, logo a seguir, o FC Porto empataria com o Nacional e essa onda começou a esbater-se. Nas ruas de Maputo, desapareceu por completo. Aliás... desapareceu por completo em todas as avenidas de todos os países da extensa Lusofonia. O que ficou então?
Ficou a euforia dos nossos adversários com a nossa derrota, como meninos à espera de um percalço. Ficou a histeria temporária perante a possibilidade de uma aproximação inesperada ao líder... e que resultou, no final do dia, em apenas mais um ponto, depois de uma malograda exibição frente ao Nacional.
Daqui só pode resultar um conselho vivo para o treinador e a estrutura dirigente do Futebol Clube do Porto: prezem o silêncio, pois na maior parte das vezes é de ouro. E, mesmo quando não é, salva-vos ao menos de sofríveis embaraços públicos."
André Ventura, in O Benfica
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