"Rúben Amorim é português e benfiquista. É titular intermitente ou suplente menos intermitente.
Sendo um jogador inteligente e evoluído, as suas características fazem dele um caso de estudo. A sua qualificada e solidária polivalência é um bem para a equipa, mas, não raro, vira-se contra o jogador e debilita a sustentabilidade da sua carreira.
Rúben pode jogar a trinco, a lateral, a extremo, ou no meio (de acordo com a nova álgebra do futebolês, a 6, a 8 ou a qualquer número fraccionado como 8,5 e afins). É isso que, paradoxal e injustamente, o torna tão necessário como prescindível.
A sua disponibilidade de banda larga é óptima para a equipa superar lesões de colegas, mas é-lhe, também, redutora porque chega a um lugar sempre depois do titular que só faz esse mesmo lugar. Rúben está bem no lugar de outros, ainda que estes não saibam estar em todos os lugares de Rúben.
Rúben Amorim exprime, no futebol, a sempiterna tensão (e dilema) entre o ser generalista e o ser especialista. Que, caricaturalmente, Bernard Shaw exprimia dizendo que o especialista sabe cada vez mais sobre menos, até saber tudo sobre nada, enquanto o generalista sabe cada vez menos sobre mais, até saber nada sobre tudo.
Rúben é um jogador fundamental que não pode correr o risco do generalista de B. Shaw. Por isso, jogar só lhe faz bem. A ele e à equipa. Tivesse estado no plantel das anteriores épocas (emprestado ao Braga!) e não sei se tudo teria sido diferente para melhor.
Rúben é um jogador igualmente imprescindível no Mundial do Brasil. Pelas mesmas e óbvias razões."
Bagão Félix, in Félix
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!